Enquanto animais domésticos ocupam lugar cada vez maior nas casas e no dia a dia das famílias, empresas têm se preocupado em dar atenção aos animais, tratados como filhos por muitos de seus funcionários e colaboradores.

Escritórios e coworkings animal friendly já são realidade, assim como ações para integrar animais e funcionários em eventos específicos. Além disso, benefícios como licença em casos de adoção e de luto já são oferecidos.

Tutelar um animal não é apenas contar com a companhia de um novo amigo. Eles fazem bem à saúde.

Estudos já mostraram que animais são suporte importante para saúde mental e ajudam a reduzir estresse e sintomas de ansiedade e depressão, por exemplo. Em 2019, uma pesquisa apontou que ter um cachorro pode diminuir o risco de morte por qualquer causa, especialmente por problemas cardíacos. No mesmo ano, uma pesquisa realizada pela fabricante de ração Mars Petcare e o Human Animal Bond Research Institute concluiu que os animais domésticos são importantes no combate à solidão.

A Mars, inclusive, é uma das empresas onde animais são bem-vindos. Com escritórios pet friendly desde 2012, também oferece aos associados que adquirem um pet licença PETernidade de oito horas —equivalente a um dia de trabalho, mas que podem ser distribuídas em até três meses— para a adaptação do animal ao novo lar, e um dia de folga em caso de luto.

“O papel dos animais nas família e na sociedade vem aumentando muito. A cada ano que passa, temos um maior número de solicitações para o uso do benefício e continuamos incentivando a todos a utilizarem a licença, pois nosso desejo é o de que cada vez mais pessoas conheçam os incríveis benefícios que a interação humano-animal oferece”, diz Juliana Gonçalves, diretora de RH da Royal Canin Brasil, marca da empresa.

Mas levar animais para o local de trabalho é uma tendência, mas depende de organização. O escritório precisa, por exemplo, ter espaço adequado, e os tutores devem ficar atentos com a alimentação e limpeza do local. Os animais precisam estar com boa saúde e com as vacinas em dia.

Em maio, a Nestlé lançou um programa que permite aos colaboradores levar seus cães e gatos para o trabalho diariamente, na sede da empresa, em São Paulo. Inicialmente, o andar de Nestlé Purina foi o primeiro a se transformar em animal friendly.

“O cão ou gato foram um grandes companheiros das famílias nesses últimos anos desafiadores, com os modelos flexíveis de trabalho e muitos profissionais trabalhando em home office. Agora, com a retomada gradual ao presencial, entendemos que este é o momento ideal para lançar o projeto aqui no Brasil. Queremos proporcionar um ambiente adequado para essa nova fase dos nossos colaboradores e de seus animais domésticos, isso tudo porque acreditamos que pessoas e animais’ vivem melhor juntos”, disse na ocasião Marcel Barros, CEO da Nestlé Purina.

Em julho, para comemorar a expansão do programa ‘Pets at Work’ para os outros andares, a companhia fez uma festa junina para animais e tutores.

Como adotar um animal representa mudança na rotina, e a adaptação pode levar alguns dias, nada melhor do que tutor e animal estarem juntos nesse momento.

Entre os casos mais recentes de empresas que têm concedido licenças a funcionários que adotarem animais, o Grupo Heineken anunciou em maio a implantação de dois dias de licença ‘PETernidade’ após a adoção e anunciou descontos em plano de saúde —benefício estendido a todos os colaboradores que possuem animais.

O grupo tem em seu portfólio a marca de cerveja Lagunitas, que nasceu na Califórnia e tem a causa ‘cachorreira’ como um de seus principais pilares.

Mas outras empresas anunciaram ter aderido recentemente à licença. A Doggi, franquia especializada em banho e tosa por app, também disponibilizou dois dias de folga a seus colaboradores para incentivar adoções. E vale para qualquer animal dompestico.

No ano passado, a Petz criou a licença PETernidade, com folga de dois dias para funcionários se dedicarem ao novo integrante da família.

Fonte: Folha de SP