EnglishEspañolPortuguês

Empresa produtora de equipamentos para testes em primatas está em expansão

4 de maio de 2015
4 min. de leitura
A-
A+

(da Redação)

Jeff Rowell, presidente da Primate Products, mostra um dos equipamentos de tortura que produz para uso em laboratórios que fazem estes em primatas. Foto: Andrew West / New-Press
Jeff Rowell, presidente da Primate Products, mostra um dos equipamentos de tortura que produz para uso em laboratórios que fazem estes em primatas. Foto: Andrew West / New-Press

A sua postura é profissional, e a sua voz é suave. Quem o vê não imagina que Jeff Rowell ganha a vida desenvolvendo instrumentos de tortura para primatas. As informações são do Their Turn.

Entre as suas cruéis produções estão equipamentos para contenção (limitadores de movimentos) e sistemas de “polo e colar”. De acordo com a Primate Products, os limitadores oferecem “livre acessibilidade”, e os polos e colares, que são usados para manipular os primatas, ajudam os macacos a “aprenderem rapidamente a sua função e tornarem-se trabalhadores dispostos, reduzindo a necessidade de usar a força física com o animal ou utilizar contenção anestésica”.

Foto: Their Turn
Foto: Their Turn

O vídeo a seguir mostra imagens de um pesquisador usando polo e colar para transferir uma fêmea de sua gaiola para o equipamento de contenção:

A Primate Products é uma das muitas empresas envolvidas no escândalo MonkeyGate do condado de Hendry, na Flórida que, apesar dos protestos dos moradores locais, pretende se tornar o ponto concentrador das empresas de reprodução de macacos, que vendem esses animais para serem cobaias em laboratórios de pesquisas.

Macacos confinados na Primate Products para reprodução e venda. Foto: Andrew West/New-Press
Macacos confinados na Primate Products para reprodução e venda. Foto: Andrew West/New-Press

Em março, um repórter da Wink News informou a Charles Chapman, autoridade do condado, que a Primate Products estava conduzindo “experimentos e testes” em suas instalações para reprodução de macacos, a despeito das leis de zoneamento que proíbem tais atividades. Em resposta, Chapman enviou uma carta à Panther Tracks, empresa controladora da Primate Products, informando-a que estaria realizando uma investigação e pedindo uma explicação.

No dia 15 de abril, Jeff Rowell emitiu uma resposta ao condado alegando que as atividades da Primate Products eram de fato permitidas sob a lei de zoneamento agrícola. O condado ainda não tratou publicamente da resposta da empresa.

Macaco selvagem em Mauritius, um dos locais onde a Primate Products captura animais para reproduzir e vender. Foto: BUAV
Macaco selvagem em Mauritius, um dos locais onde a Primate Products captura animais para reproduzir e vender. Foto: BUAV

Em sua carta, Rowell faz duas outras falsas declarações, ambas não relacionadas a violações de zoneamento. Primeiramente, ele afirma que os macacos da Primate Products foram reproduzidos em cativeiro, embora documentos do Serviço de Vida Selvagem dos EUA comprovarem que a companhia “importou” 630 macacos que foram retirados da natureza. Posteriormente, em um adendo à carta original, Rowell admite que “alguns” dos primatas haviam sido capturados em seu habitat selvagem.

Em segundo lugar, ele afirma que a empresa obedece aos “três princípios orientadores da ética e do uso humano de animais em pesquisas científicas” –  substituição, redução e aperfeiçoamento. O sucesso da Primate Products, que vende equipamentos para laboratórios de pesquisas em primatas, depende do aumento do número de animais usados em experimentos. De fato, a Primate Products passa por uma grande expansão nesse momento. Apesar de nem a companhia nem o condado divulgarem informações sobre quantos macacos a mais serão mantidos nas novas instalações, especialistas que analisaram o projeto estimam que o número estará entre 5.000 e 14.000 animais.

Expansão parcialmente completa do espaço físico utilizado pela Primate Products.
Expansão parcialmente completa do espaço físico utilizado pela Primate Products.

Em sua carta ao condado, Rowell também não foi capaz de responder a alegações de um denunciante anônimo que acusou a companhia de designar operações de abortos a técnicos em veterinária, ao invés de médicos veterinários. Segundo a Associação de Medicina Veterinária Americana (AVMA), “técnicos veterinários não podem diagnosticar, prescrever, realizar cirurgias ou envolver-se em qualquer atividade proibidas por uma lei estadual de prática veterinária”.

Você viu?

Ir para o topo