A Melhoramentos Florestal, localizada no município de Camanducaia (MG), ao lado de Monte Verde, preserva os corredores ecológicos de sua fazenda Levantina, que tem 11 mil hectares de extensão, permitindo a livre circulação das espécies silvestres que vivem na mata, muitas delas em extinção.
“A preservação da mata nativa por toda a extensão da fazenda é muito importante, pois os animais temem o ser humano e não circulam em áreas livres. Se não mantivéssemos esses corredores, os animais ficariam confinados apenas nas áreas de preservação”, explica David Figueiredo Barros do Prado, responsável pela área de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Cia Melhoramentos.
Num recente estudo realizado pela companhia foram encontrados no interior da fazenda 25 espécies de fauna e três espécies de flora nativa ameaçadas de extinção.
A fazenda abriga ainda lontras, gatos-do-mato, pacas, capivaras, jacus, veados, esquilos e outras espécies ameaçadas. ”Esses corredores têm por objetivo minimizar os impactos sobre essas espécies.
Eles unem os remanescentes florestais, possibilitando o livre trânsito de animais e a dispersão de sementes das espécies vegetais. Isso permite o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora e a conservação da biodiversidade.
Também garante a conservação dos recursos hídricos e do solo, além de contribuir para o equilíbrio do clima e da paisagem”, explica Prado.
A fazenda Levantina está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba e Jaguari, que abrange um total de quatro sedes municipais e se destaca pela contribuição dada ao Sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água a aproximadamente 10 milhões de habitantes da Grande São Paulo.
O rio Jaguari, que corta a fazenda, passa também pelos municípios de Toledo, Itapeva, Extrema, Camanducaia e o extremo oeste de Sapucaí-Mirim.
Com uma área aproximada de 115.550 hectares, a bacia do rio é subdividida entre a o próprio Jaguari e o Camanducaia.
Alguns quilômetros abaixo da confluência com o rio Camanducaia Mineiro, o rio Jaguari é represado, fazendo parte do Sistema Cantareira.
Esse sistema, considerado o maior da América Latina, produz água para 50% da população da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP (ISA, 2006).
São cinco reservatórios localizados nas bacias dos rios Piracicaba e Capivari.
Esses reservatórios são interligados por meio de um sistema de tubulações, reforçando o abastecimento da rede municipal de São Paulo.
Ao longo da rede hídrica da bacia, formam-se os remanescentes florestais, em virtude das áreas de preservação permanente (APP).
Esses locais são ilhas de biodiversidade, distribuídas de maneira esparsa e em porções isoladas.
De acordo com Prado, os corredores ecológicos formados por uma rede de interligação de habitats das bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais amplia o significado da recuperação ambiental do entorno de rios e reservatórios. “Os rios são muito importantes nos fluxos de dispersão da fauna e flora, podendo contribuir com a recuperação ambiental de todo um ecossistema”, explica.
O especialista lembra ainda que a Melhoramentos preserva os corredores ecológicos interligando a reserva legal com as área de preservação permanente e com a florestas dispersas de alto valor de conservação, garantindo assim a manutenção da fauna e flora em sua propriedade.
Fonte: Inteligemcia
