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CRÍTICAS E EXPLORAÇÃO

Empresa de turismo Civitatis deixará de vender bilhetes para atividades com animais

19 de fevereiro de 2022
Vivian Guilhem | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

A empresa de vendas de atrações Civitatis se uniu a organização de direitos animais FAADA para revisar o catálogo de atividades turísticas com um objetivo: parar de vender ingressos que envolvam exploração animal. O primeiro encontro entre Civitatis e a organização FAADA, aconteceu na FITUR (Feira Internacional de Turismo) em 2020.

Esse acordo foi um passo muito importante, considerando que a Civitatis é uma empresa mundial e é a maior vendedora de excursões e visitas guiadas em espanhol. Assim, a partir deste ano, deixará de vender bilhetes para atividades turísticas que envolva contato físico com animais ou que apresente algum tipo de risco para eles.

Isso inclui atrações como andar em cima ou tomar banho com elefante, passear com grandes felinos, selfies com animais selvagens, nadar com golfinhos, tração com animais, também inclui qualquer espetáculo em que os animais apresentem comportamentos não naturais tanto em circos como em centros em que exibam animais fantasiados ou realizando atividades como jogar futebol, pintar, boxear e lutar.

Também estão fora centros que não ofereçam ambiente e cuidados adequados aos animais como zoológicos que não atendem aos requisitos mínimos, falsos santuários e centros de resgates.
Assim como as atividades em que são utilizados animais sedados (como fotos com animais selvagens), atividades que envolvam sofrimento e/ou morte do animal (especialmente todas aquelas atividades tradicionais como touradas ou brigas de galos) e caça.

“Devemos ter em mente que a maioria deles está ligada à fauna de cada país, por exemplo, passeios de elefante foram oferecidos principalmente no Sudeste Asiático, atividades de contato com grandes felinos na África e natação com golfinhos em países da região do Caribe ou em países europeus com grande número de delfinários, como Espanha e Portugal”, explica Andrea Torres, da organização FAADA, ao Traveler.es.

Enquanto isso, no resto do mundo, parece haver uma luz no fim do túnel. “Nos últimos anos é verdade que se notou uma mudança a nível social. As pessoas hoje são muito mais conscientes e simpatizam mais com os animais e, portanto, cuidam para não participar de atividades que os prejudiquem. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer, porque a oferta turística ainda é excessivamente grande e o desconhecimento global que a sociedade tem sobre as consequências também”. Diz Andrea.

E acrescenta: “Como resultado da pandemia global, foi destacada a necessidade de mudar muitas coisas em nossa sociedade, especialmente a relação que temos com os animais e o que fazemos com eles. E é que o surgimento do conceito “One Health” reconhece que a saúde e o bem-estar de humanos, animais e ecossistemas são totalmente interconectados e dependentes.

E as atrações turísticas com animais silvestres, que representam 20-40% do turismo internacional em todo o mundo, podem, portanto, ser a origem do aparecimento e disseminação de muitas doenças. É por isso que a OMT está sendo pressionada a trabalhar para uma maior sustentabilidade no setor e parar de usar animais selvagens para o turismo.”

Outras grandes empresas que vendem atividades turísticas, como Tripadvisor e Expedia, já foram incentivadas a implementar novas políticas de bem-estar animal, deixando também de vender ingressos para algumas das atividades mais cruéis do turismo com animais.

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