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ADAPTAÇÃO EM CASA

Empresa dá licença 'peternidade' para funcionários que adotarem animais em Ribeirão Preto (SP)

Benefício é concedido para tutores ajudarem na adaptação dos novos animais em casa. Empresa também pretende criar espaço para que eles passem o dia no escritório.

6 de junho de 2022
4 min. de leitura
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Foto: Nicollas de Oliveira

Uma startup de banho e tosa por aplicativo de Ribeirão Preto (SP) implementou a licença “peternidade” para funcionários que adotarem animais.

Desde abril, a folga de dois dias está disponível na empresa como forma de incentivar a adoção consciente, segundo o cofundador Thiago Calixto.

“Quando você adota um cão adulto, por exemplo, ele já tem alguns vícios, alguns receios. Então o funcionário faz a adoção e tira essa folga para poder fazer a adaptação do animal na casa e da pessoa com o animal também. A gente quer que isso se torne um exemplo para outras empresas”, disse.

Foto: Nicollas de Oliveira

Como funciona a licença ‘peternidade’?

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.

De acordo com Calixto, o número é alarmante e foi um dos fatores para a criação da folga.

Ele ainda afirma que a licença são para tutores de animais que precisam de adaptação, o que também inclui quem adota os animais silvestres, desde que o procedimento esteja dentro da lei.

Para usufruir do benefício, o funcionário precisa comprovar a adoção, mas não necessariamente precisa ser um formulário de responsabilidade como os que são entregues por Organizações Não Governamentais (ONGs), pois há casos de animais que vivem em situação de rua e são adotados.

Os dois dias não são descontados da folha de pagamento e, normalmente, são concedidos logo na sequência da adoção.

No entanto, é preciso que o funcionário informe a empresa com pelo menos cinco dias de antecedência sobre a folga.

“Para a empresa também não ser pega de surpresa, alguém falar ‘ó, não fui trabalhar hoje porque adotei um cachorro’, a intenção de adotar tem que ser falada e a gente vai se organizando dependendo da função da pessoa para que a empresa não tenha perda de produtividade”, explicou.

‘Benéfico para animal e tutor’

Por ser um projeto recente, ainda não há funcionários que utilizaram o benefício. Mas, quem trabalha na empresa e tem animais, como a especialista em vendas Monique Ferreira, afirma que a iniciativa é vista com bons olhos.

Quando perdeu o primeiro filho, Monique adotou um cachorro, mas o animal faleceu atropelado há dois anos. Ela conta que prometeu que nunca mais iria ter outro cão, mas a chegada da nova filha fez ela mudar de ideia.

“Ela falava ‘mamãe, quero um cachorro’. Um dos meus colegas falou que tinha um amigo que estava doando um cão e na hora falei ‘quero’. Nem conversei com meu marido, ele até ficou uns dias sem falar comigo, porque eu peguei muito na emoção”, brinca.

Luke, de sete meses, chegou à vida de Monique antes da licença concedida pela empresa e ela conta que a adaptação dele teria sido muito mais positiva se ela pudesse ter a folga.

“No começo, quando eu chegava em casa do trabalho, ele estava no cantinho super triste. Foi uma semana assim. Então eu acho muito importante, porque se eu tivesse essa licença, eu teria me programado. É benéfico tanto para o animal, como para os tutores. Porque a gente pensa ‘acabei de adotar um cachorro, primeiro dia em casa e eu estou aqui no trabalho. O que eu estou fazendo aqui e o que ele está fazendo lá?’”

Foto: Monique Ferreira | Arquivo Pessoal

“Animais na empresa”

A Doggi fica localizada em um complexo empresarial de Ribeirão Preto e, para aproximar mais ainda os animais dos tutores, está em processo de implementação um espaço para que eles possam estar mais proximos de seus tutores.

No local, os colaboradores da startup e das outras empresas do prédio podem levar os animais para passar o dia no trabalho.

“Acredito que todas as empresas têm que aderir. Se eu adotar um outro cachorro, com certeza vou usufruir da licença. Acredito que o projeto faz os funcionários pensarem ‘Poxa, se minha empresa apoia a adoção, por que eu não posso também?’. Sobre o espaço, vou trazer, lógico, mas vou me programar para não assustar o pessoal. Ele come tudo pela frente, comeu todas minhas meias”, brincou Monique.

Foto: Monique Ferreira | Arquivo Pessoal

Fonte: G1

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