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DESFECHO FELIZ

Empresa aérea que barrou cachorro em voo de Madri para São Paulo diz que errou e fará transporte do animal

25 de janeiro de 2023
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Foto: Arquivo Pessoal

Após o brasileiro Rafael Capanema denunciar que a companhia aérea AirEuropa o impediu de sair de Madri, Espanha, e retornar ao Brasil na sexta-feira (20) com seu cachorro, mesmo apresentando a documentação correta, a empresa admitiu o erro, pediu desculpas e se comprometeu a fazer o transporte do animal para São Paulo sem custo adicional.

Com a confusão, Romeu, um Golden Retriever de 10 anos, não viajou com Rafael e teve que ficar na cidade espanhola com uma amiga do brasileiro. A viagem de retorno dele será na noite dessa terça-feira (24). A previsão é de que Romeu chegue ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na manhã de quarta-feira (25).

“A Air Europa lamenta o erro cometido com um passageiro no processo de identificação e embarque do cachorro Romeu. O pedido de desculpas por parte da companhia foi transmitido pessoalmente ao cliente. Da mesma forma, uma série de medidas foram implementadas para fornecer uma solução correta e rápida para o incidente”, disse a empresa, em nota.

“Após validar que a documentação fornecida pelo passageiro e exigida pelo órgão público competente estava correta, a companhia aérea organizou de forma urgente o transporte do Romeu, no voo que decola hoje (24), de Madrid para São Paulo”.

A empresa ainda ressaltou que “manteve uma comunicação aberta e direta com Rafael para informá-lo das medidas realizadas” e que “assume integralmente os custos do translado, assim como os que foram derivados da falha no procedimento”.

Com a notícia do retorno de Romeu, Rafael Capanema diz que se emocionou ao saber que vai ter o animal doméstico de volta no dia que ele fará 11 anos.

“Estou extremamente feliz. Foram quatro dias que passei de muito triste para muito feliz. Realmente eles se desculparam, se comprometeram em colocar ele em um voo até Guarulhos. Ele vai chegar na manhã dessa quarta-feira (25), aniversário dele, e vai ter todo um suporte, graças a Deus. Não vejo a hora de vê-lo. Alívio demais”.

Rafael contou que estava morando em Madri desde 2015 e, quando que decidiu que voltaria morar em São Paulo, foi atrás dos trâmites necessários para que Romeu pudesse entrar no Brasil junto com ele.

Foto: Arquivo Pessoal

“O Romeu é brasileiro e levei comigo quando me mudei para a Espanha. Na época, ocorreu tudo bem e guardei a caixa de transporte. Desde então, ele não viajou mais de avião. Ao decidir que voltaria para São Paulo, vi que no site da empresa aérea que era solicitada a carteira de vacinação para constar se o cachorro tinha a vacina contra a raiva e o documento exigido pelo país de destino”.

“No caso do Brasil, é o Certificado Veterinário Internacional emitido pelo Ministério da Agricultura da Espanha que atesta a boa saúde do cachorro”.

A reportagem verificou que no site da companhia aérea AirEuropa é informado que, para viajar com um animal de estimação para um país não pertencente à União Europeia, como é o caso da viagem de Rafael para o Brasil, “deve cumprir os requisitos exigidos por esse país”. Ou seja, é preciso saber o que o país de destino exige para a entrada do animal.

O Ministério da Agricultura da Espanha ainda acrescenta sobre a viagem com animal doméstico: “Informe-se na Embaixada ou Consulado daquele país e informe-se no site do Ministério responsável pelo país”.

Com isso, segundo o site do governo federal, para o ingresso de cães e gatos no Brasil é necessário apresentar Certificado Veterinário Internacional (CVI) ou Passaporte (reconhecido pelo MAPA) emitido por Autoridade Veterinária do país de origem atendendo aos requisitos sanitários do Brasil.

Já os passaportes oficiais para animais domésticos são aceitos apenas de países que aceitam reciprocamente o Passaporte Brasileiro de Animais de Estimação. “Neste momento, o Passaporte Europeu para Animais de Estimação não é válido para entrar no Brasil”, diz o governo federal.

O paulistano, então, afirma que foi atrás de uma clínica veterinária para que conseguisse emitir o certificado internacional, já que é o documento exigido no Brasil.

Foto: Arquivo Pessoal

“Carteira de vacinação estava certa. E também consegui a avaliação do profissional. Aí, um dia antes de embarcar, fui até o Ministério da Agricultura que fica no aeroporto. Eles ficaram com o papel que o veterinário escreveu que o Romeu estava com boa saúde e emitiram na hora o certificado. Peguei e tudo estava certo para a viagem”.

Ao embarcar, os funcionários da empresa AirEuropa, em vez de pedirem os documentos necessários, solicitaram o passaporte europeu do animal e o papel do veterinário que traz a avaliação de saúde, que fica retido no Ministério da Agricultura da Espanha para a emissão do Certificado Veterinário Internacional.

“Não fez sentido nenhum. Eles pediram o passaporte europeu de animal que não é nem aceito no Brasil. Falaram que se eu não tivesse esses documentos não poderia embarcar com o Romeu. Tentei de tudo, mas nada foi feito. Então, como precisava voltar ao Brasil, viajei sem ele e uma amiga minha se dispôs a ficar com o Romeu. Eu só chorava no avião”, relatou Rafael, no domingo (22).

Foto: Arquivo Pessoal

Fonte: G1

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