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Empresa aérea é condenada por impedir cachorro de viajar em MT

15 de maio de 2015
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A companhia Azul Linhas Aéreas S/A foi condenada a indenizar em R$ 6 mil, por danos morais, um casal de Sinop (500km ao Norte de Cuiabá), que teve seu animal doméstico – um cachorro da raça pinscher – impedido de embarcar no avião, durante conexão no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
A decisão é do juiz Gilberto Lopes Bussiki, da 9ª Vara Cível da Capital. Além da indenização, a empresa também deverá ressarcir os R$ 140 que os tutores pagaram a título de “taxa pet” para o transporte do cão.
O incidente ocorreu em janeiro do ano passado, ocasião em que o casal viajava de Campinas (SP) para Sinop, com seu animal.
O embarque em Campinas ocorreu normalmente, mas, durante a conexão no Aeroporto arechal Rondon, foram informados de que deveriam desembarcar.
Os representantes da Azul explicaram ao casal que o comandante não havia autorizado o embarque do cachorro, por considerar o animal – cuja altura média varia entre 20 e 31 cm – um “risco à segurança” do voo.
Os tutores do pinscher alegaram, na ação, que tiveram que desembarcar do avião praticamente à força, o que teria lhes causado “constrangimentos perante os outros passageiros e desgaste”.
Além disso, eles relataram que ficaram desamparados pela Azul e tiveram que buscar outra companhia aérea e pagar uma nova taxa para continuar a viagem, chegando em Sinop “somente à 01h10 da manhã do dia seguinte ao previsto, totalizando aproximadamente quatro horas de atraso”.
Já a Azul classificou a ação como “mero aborrecimento” e justificou que o transporte do cachorro não foi realizado porque o container trazido pelos donos possuía medidas fora dos padrões – 29 cm – sendo recomendado container de até 20 cm.
A companhia também disse que não deixou o casal desamparado, uma vez que os realocou em voo da companhia Passaredo, sem cobrar nenhum adicional.
Falha no serviço
As provas contidas na ação levaram o juiz Gilberto Bussiki a aceitar a versão dos tutores do pinscher como sendo a mais próxima dos fatos.
Isso porque, ao pagarem a taxa, a Azul permitiu a eles viajarem com o cão. Assim, era dever da companhia comprovar na ação que a caixa de transporte não era adequada, comprovação que não foi feita.
“Restou incontroverso a falha na prestação de serviço, pois a própria demandada admite que disponibilizou aos requerentes – mediante contraprestação – , o transporte do animal destes, mas que os autores ficaram impedidos de embarcar no voo de conexão, gerando evidente apreensão e abalo moral, uma vez que foram impossibilitados de prosseguir a viagem com chegada no horário inicialmente pactuado”, destacou o juiz.
Com base no Código de Defesa do Consumidor, o magistrado evidenciou que a situação vivenciada pelo casal, “decorrente da demora, desconforto, aflição e transtornos a que foram submetidos, por culpa da empresa Requerida, é passível de indenização”.
“Diante do exposto, com fulcro no artigo 269, I do CPC, julgo procedente o pedido inicial, para condenar a parte requerida ao pagamento de indenização por danos materiais, no valor de R$ 140,00 (cento e quarenta reais) acrescidos de juros de 1% a partir da citação, e correção monetária pelo índice INPC/IBGE desde a data do desembolso (21/01/2014 – fl,29), e danos morais no importe de R$ 6.000,00 (seis mil reais) aos autores, valor esse acrescido de juros de 1% e correção monetária pelo índice INPC/IBGE a partir desta data”, decidiu.
A companhia aérea também deverá arcar com os honorários advocatícios, arbitrados em 20% sobre o valor da condenação. Cabe recurso da decisão.
Fonte: Mídia News

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