O cavalo Caramelo, que se tornou um símbolo de resistência após ser resgatado de forma dramática durante as enchentes no Rio Grande do Sul, foi mais uma vez explorado ao ser exposto em um desfile na feira agropecuária em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, nesta sexta-feira (30). Em vez de ser levado para um santuário, onde poderia viver em paz e recuperar-se plenamente do trauma que sofreu, Caramelo foi utilizado como atração em um evento que promove a exploração de animais.
Após passar cerca de quatro dias ilhado em cima de um telhado em Canoas (RS) durante as chuvas de maio, Caramelo foi finalmente resgatado e levado ao Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). O cavalo, que tem aproximadamente oito anos, chegou ao hospital com lesões na pele e nos músculos, evidenciando o sofrimento pelo qual passou.
Embora o estudante de Veterinária Éder da Silveira de Souza, que acompanhou Caramelo no desfile, tenha descrito a experiência como uma “honra”, essa exposição é uma continuidade da exploração que o animal sofreu, em vez de proporcionar-lhe o descanso e a dignidade que merece. Caramelo, que já sofreu o suficiente, deveria estar em um santuário, onde sua bravura e resistência pudessem ser reconhecidas sem que ele fosse submetido a mais estresse e exploração.
A trajetória de Caramelo destaca a necessidade urgente de repensar como tratamos animais em situações de vulnerabilidade. Em vez de serem exibidos em eventos, eles deveriam ser protegidos e cuidados em ambientes que respeitem suas necessidades naturais e emocionais. Caramelo, como tantos outros animais, merece uma vida de paz e respeito, livre da exploração humana.