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AMEAÇADOS

Em perigo de extinção: milhares de coalas doentes e feridos são mortos mesmo com possibilidade de tratamento

As principais causas para as mortes são clamídia e ferimentos causados em atropelamentos e conflitos com outros animais

12 de setembro de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Till Niermann | Wikimedia Commons

Em fevereiro de 2022, o status de ameaça de extinção do coala foi alterado de ‘vulnerável’ para ‘em perigo’ em Queensland, na Austrália, após estimativas indicarem que sua população havia diminuído pela metade na última década.

Apesar do status de espécie em perigo, as admissões em hospitais veterinários continuam altas, e um novo estudo, que analisou mais de 50 mil coalas selvagens doentes ou feridos admitidos em hospitais entre 1997 e 2019, revelou que o desfecho mais comum é a eutanásia, apesar do tratamento ser possível.

As descobertas, publicadas na Society and Animals, mostram que apenas um quarto dos coalas resgatados e admitidos em hospitais foram liberados em habitats adequados.

Uma compreensão abrangente dos principais riscos que afetam os coalas é essencial para sua proteção, dizem os pesquisadores. “Doenças como a clamídia representam quase 30% das admissões em hospitais veterinários”, disse Renae Charalambous, uma das autoras do estudo, “seguida por uma série de ameaças decorrentes da perda de habitat, ataques de cães e atropelamentos.”

O relatório descobriu que muitos dos 50 mil coalas analisados no estudo morreram antes de chegar a um hospital veterinário ou passaram pela eutanásia por razões de bem-estar, apesar dos esforços dos veterinários e cuidadores para salvá-los.

Após a clamídia, a segunda causa mais frequente de admissões de coalas foi atropelamento, representando quase 20%. No entanto, os coalas eram quatro vezes mais propensos a serem encontrados mortos do que a serem tratados por um veterinário e liberados, e “aqueles que chegavam a um hospital após um atropelamento tinham quase três vezes mais chances de serem sacrificados do que liberados”, explicou Charalambous.

“7% dos coalas admitidos em hospitais haviam sido atacados por cães, mas eram duas vezes mais propensos a serem encontrados mortos, e se chegassem vivos aos cuidados, tinham o dobro de chances de serem sacrificados do que liberados”, acrescentou Charalambous. “Essas são estatísticas bastante sombrias, então o futuro dos coalas parece desanimador.”

Charalambous diz que é vital compreender os desafios enfrentados pelos coalas para ajudar a informar os futuros planos de conservação para os animais em perigo em Queensland. “Ainda não é tarde para restaurar as populações saudáveis de coalas na região, e esta é uma grande oportunidade para abordar de forma holística e minimizar as ameaças que eles enfrentam”, afirmou ela. “Espero que esta pesquisa traga à tona lacunas nas políticas para que os tomadores de decisão possam direcionar estratégias de intervenção para salvar os coalas que ainda temos.”

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