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LEVANTAMENTO

Em oito anos dobra o número de espécies de animais ameaçados de extinção no Brasil

14 de março de 2022
Thayanne Magalhães l Redação ANDA
2 min. de leitura
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Tamanduá-bandeira (Foto: Pixabay)

O número de espécies de animais em extinção no Brasil dobrou em oito anos. De acordo com o G1, Em 2014, ano do último levantamento, eram 698. Hoje, a lista preparada pela Comissão Nacional da Biodiversidade, Conabio, tem 1.399, 701 espécies a mais.

Uma nova espécie de boto-cor-de-rosa, a do Araguaia, da região Amazônica, recentemente descoberta, é um deles.

O guaiamum, um caranguejo muito conhecido no Nordeste, é mais um animal sob ameaça. Outro caranguejo, o amarelo, encontrado na ilha de Fernando de Noronha, também está na lista. Além da Piabanha, peixe que era visto com frequência na região Sudeste, e a ave surucuá-de-murici, de Alagoas.

Muitos animais que já estavam na lista anterior, de 2014, continuam sob ameaça de extinção. É o caso da onça-pintada, lobo-guará, tamanduá-bandeira, ariranha, muriqui-do-norte, gato-mourisco e baleia-franca-austral.

A lista elaborada pela Comissão Nacional da Biodiversidade ainda vai passar pela avaliação do Ministério do Meio Ambiente antes de ser oficialmente publicada.

De acordo com Luciana Barbosa, pesquisadora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a lista de animais ameaçados pode ser ainda maior porque não inclui dados do ano passado.

“A nossa preocupação é que essa lista realmente seja maior, o número de espécies seja ainda maior em função de todos os impactos que nós temos visto. E não só que a lista seja maior, mas as ameaças a essas espécies tenham se tornado de maior impacto”, diz.

No início de 2020, a Conabio chegou a ser extinta por decisão do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. A Conabio foi recriada logo depois, mas com a metade do tamanho, reduzindo inclusive a participação de entidades ambientalistas.

Elaborar a lista de animais sob ameaça é fundamental para organizar programas de conservação da biodiversidade, de combate à poluição, restrições para caça e pesca, além de projetos específicos para salvar espécies.

Denis Rivas, presidente da Associação Nacional dos Servidores Ambientais, afirma que um aumento tão grande de espécies ameaçadas é reflexo do desmatamento e da falta de compromisso do governo federal com a fiscalização.

“Quando você afrouxa a fiscalização e sinaliza para o crime ambiental que ele está com a porteira aberta para ele passar, o que a gente esperava é exatamente um cenário catastrófico”, afirma.
O governo federal não comentou o assunto.

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