Tutor de cachorra que ficou paraplégica diz que ela foi atropelada em casa. Segundo polícia, depoimento do rapaz contradiz informações do irmão dele.
O tutor da cadela vira-lata Mel de 3 meses, que perdeu os movimentos das patas traseiras em razão de lesões na tíbia e na medula, prestou depoimento a Polícia Civil, em Campo Grande (MS), e negou que agressões tenham provocado a paraplegia no animal.
De acordo com a delegada Suzimar Batistela, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat), o rapaz de 25 anos disse em depoimento na segunda-feira (19), que atropelou acidentalmente a cadela após dar uma marcha ré no veículo.
No depoimento, o rapaz disse à delegada que sentiu quando o pneu passou em cima da Mel, ele teria entrado em desespero. O suspeito disse ainda que possui outros dois cachorros com deficiência, e afirmou novamente que não agrediu a cachorrinha.
Segundo a delegada, as explicações do tutor contradizem o depoimento que o irmão dele, de 23 anos, prestou à delegacia no último sábado (17). Foi o jovem que levou a cadela na clínica onde o animal foi atendido. À polícia ele disse que viu o tutor de Mel dando um chute na cadela.
De acordo com Suzimar, a clínica veterinária está finalizando o laudo médico da vira-lata, já que ela passou por uma cirurgia na quarta-feira (21). Mesmo com o resultado do laudo a delegada afirma que somente através de depoimentos conseguirá identificar o que deixou a cadela paraplégica.
“No laudo médico não há como precisar o que causou os ferimentos na cadela. Nós precisamos descobrir qual dos dois irmãos está mentindo”, afirma a delegada.
Suzimar não descarta a possibilidade de uma acareação entre os irmãos. Um novo depoimento do jovem que levou à cadela até a clínica foi marcado para a tarde desta sexta-feira (23), mas de acordo com a delegada, o jovem não compareceu à delegacia.
Caso
Um inquérito para apurar o caso de maus-tratos foi aberto na sexta-feira (16). A cadela está há 26 dias internada em uma clínica veterinária de Campo Grande. De acordo com a médica veterinária Ana Lúcia Salviatto, a cachorrinha foi deixada na clínica no dia 27 de fevereiro.
Mel teve fratura na tíbia e os membros inferiores ficaram paralisados, a cadela não anda e não consegue se equilibrar nas patas da frente.
Doações
A veterinária Raquel Masae Hosokawa, que também acompanha o tratamento de Mel, conta que, nos últimos dias, a clínica recebeu várias doações de medicamentos, fraldas e ração, além de dinheiro, para auxiliar nas despesas do tratamento de Mel.
“As pessoas nos procuram diariamente para saber como ajudar. Vamos fazer uma listagem de produtos necessários e também de custos, porque os médicos que atendem a Mel já estão prestando serviços com preço bastante reduzido”, diz Raquel.
Fonte: G1