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Em momento comovente, cão reencontra sua família refugiada da Síria

25 de outubro de 2016
3 min. de leitura
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Por Ana Luiza Yoneda / Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

SPCA
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Na medida em que milhões de refugiados deixam a Síria, muitos tiveram que deixar para trás seus amados companheiros animais. Entre eles havia uma mãe e seus dois filhos, que viajaram para o Canadá no fim do ano passado após um míssil atingir sua resiência em Alepo. Seu marido, que é deficiente devido à poliomielite, permaneceu em Alepo para cuidar de sua avó e do cão da família, Fox.

Em abril, depois de se estabilizarem em Montreal, um dos filhos enviou um email pedindo ajuda para o SPCA International (SPCAI), uma ONG que luta pelos direitos animais.

“Deixei a Síria com urgência com minha mãe e meu irmão, mas tivemos que deixar nosso amado cachorro Fox, em Alepo,” ele escreveu.

“O deixamos com nosso pai em uma região muito perigosa chamada El-Jadideh. Por favor, nos ajude a trazer Fox [para Montreal]. A mamãe está sempre chorando. Ela está extremamente preocupada com Fox”, acrescentou.

A SPCAI, que tem como objetivo assegurar a segurança e o bem estar dos animais, concordou em ajudar, mas não foi um trabalho fácil. A organização sem fins lucrativos trabalhou em conjunto com parceiros locais, a Syrian Association for Rescuing Animals (SARA) e a Beirut for the Ethical Treatment of Animals (BETA) para transportar Fox para Montreal.

A jornada do cão começou no meio de uma noite de agosto quando ele foi levado em um carro de Alepo para Damasco. Algumas semanas depois, Fox foi levado em um transporte militar e atravessou a fronteira do Líbano para Beirute, onde a BETA cuidou de sua papelada e embarque temporário. Para concluir a viagem, Fox voou em um avião com escolta de resgate para Frankfurt, na Alemanha, e finalmente para Montreal.

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Quase um ano após deixá-lo para trás, a família pôde enfim reencontrar Fox no dia 26 de setembro. A diretora executiva da SPCAI, Meredith Ayan, levou o cão até eles enquanto eles o esperavam lado de fora da segurança do aeroporto. O reencontro foi comovente.

“Foi uma sensação ótima ver Fox de novo. Ele esteve em nossos pensamentos por tanto tempo e havia a sensação de que algo estava faltando. Parecia que, por muito tempo, uma parte muito importante de nós estava faltando, e finalmente o temos de volta”, contou Gaby Andrawos, um dos filhos.

De acordo com uma atualização de 7 de outubro na página do Facebook da SPCAI, Fox recebeu uma tosa e está se ajustando bem a sua vida em Montreal.

“Resgatar um cão de um país como a Síria, destruído pela guerra, parece ser algo impossível, mas graças aos seus incríveis parceiros, doadores da ONG, e uma equipe dedicada, foram superados obstáculos intransponíveis e esse difícil resgate foi bem sucedido,” disse Ayan.

Alguns refugiados carregam seus animais domésticos por centenas de quilômetros. Em setembro de 2015, Aslan Al Hakim, de 17 anos, levou seu filhote de husky chamado Rose, em uma pequena mala enquanto ele viajava de sua cidade, Damasco, para a Croácia. Ele conseguiu até um passaporte para Rose da União Européia, informou o Care2.

Já Moner Al Kadri levou seu gatinho, Zayatouna (azeitona em árabe), em um sling improvisado enquanto ele e sua esposa Nadia, atravessavam o mediterrâneo da Síria para Grécia em um bote salva-vidas. Quando eles chegaram na Alemanha, Zayatouna teve que ser colocada em quarentena pelas autoridades.

O casal achou que nunca mais fosse vê-la. Mas alguns meses depois, uma Zayatouna já adulta foi levada até o casal por um veterinário. Por conta das doenças, o veterinário disse que a maioria dos animais trazidos da Síria teve sua morte induzida em um abrigo patrocinado pelo governo, mas Zayatouna foi poupada para o alívio de seus pais humanos.

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