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SOBREVIVÊNCIA

Em meio à fome em Gaza, cães comem cadáveres, gatos e reagem à moradores

Morador relata ter visto mais de vinte cães despedaçarem um gato no meio da rua

27 de agosto de 2025
Fabricio Moretti
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Instagram

A brutalidade da guerra em Gaza não atinge apenas os moradores. Com a cidade em ruínas após meses de ofensivas israelenses, até os animais tiveram seu comportamento alterado. Em meio à crise de fome, moradores relatam que cães passaram a devorar cadáveres humanos e atacar pessoas pelas ruas.

“À noite, ouvimos os cães a uivar. Tornaram-se selvagens de tanto comerem cadáveres. O seu ladrar mudou, tornando-se feroz”, contou à CNN o palestino Majdi Abu Hamdi, de 40 anos, pai de quatro filhos. Segundo ele, os ataques também não se limitam a humanos: “Há dois dias, um gato passou perto deles. Mais de vinte cães atacaram-no e despedaçaram-no”.

A escassez de comida, o colapso dos serviços de higiene e a ausência de controle transformaram a vida cotidiana em um cenário de insegurança. Famílias relatam que evitam sair de casa após o pôr do sol, quando os animais famintos circulam pelas ruas em busca de alimento.

ONU confirma fome em Gaza

Pela primeira vez, a ONU confirmou que a Cidade de Gaza vive um estado de fome, segundo relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), divulgado na sexta-feira (22/08). O documento aponta que 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas”, com fome extrema, miséria e risco elevado de morte.

Autoridades da ONU responsabilizaram Israel pelo agravamento da crise e classificaram o uso da fome como arma de guerra, considerado crime pelo direito internacional. O governo israelense, no entanto, rebateu chamando o relatório de “mentira descarada”.

A Província de Gaza — que inclui a capital, cidades vizinhas e campos de refugiados — foi classificada na fase 5 da Escala de Insegurança Alimentar Aguda, o nível mais grave. Desde a criação do padrão, em 2004, a fome só havia sido confirmada quatro vezes: na Somália (2011), no Sudão do Sul (2017 e 2020) e no Sudão (2024).

Fonte: Mais Goiás

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