Por David Arioch
De acordo com informações da Polícia Militar Ambiental de Lages (SC), de 2010 a 2019, sete mil javalis já foram mortos somente em Lages. Segundo a PMA, o Oeste catarinense é a região do estado que abriga o maior número de javalis. Só em 2010, 1159 animais foram mortos.
A alegação para o abate do animal originário da Europa e trazido ao Brasil com finalidade comercial, embora mais tarde tenha sido abandonado ao próprio azar, “é de que ele causa danos às plantações e é uma ameaça à saúde e segurança de pessoas e outros animais.”
Desde 2013, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) permite a captura e o abate de javalis. Além disso, em abril deste ano o governo publicou uma nova portaria que permite o uso de cães de qualquer espécie e de armas brancas, como facas, na caça a javalis.
A publicação é resultado de uma atualização nas regras de caça da espécie estabelecidas pelo Ibama, que tem como presidente Eduardo Fortunato Bim, nomeado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que quando concorreu à eleição para deputado federal no ano passado teve como uma das principais bandeiras a defesa da caça.
No mês passado, durante audiência na Câmara dos Deputados sobre a Instrução Normativa Nº 12/2019, defensores dos animais criticaram a permissão para uso de cães na caça de javalis e declararam que a medida pode estimular um mercado clandestino de armas, de munições e de criação de animais com essa finalidade.
Uma proposta do deputado Célio Studart (PV-CE) quer a sustação de norma ambiental estabelecida pelo Poder Executivo que permite caça de javalis com cães e armas brancas.
Por meio do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 137/2019, o deputado argumenta que a caça de javalis já é um método de abate cruel, que causa muito sofrimento aos animais, já que os tiros desferidos contra os javalis, em sua maioria, não levam à morte imediata do animal. Sendo assim, eles sangram muito e agonizam antes de falecer.
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