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RESGATE

Em caso 'raro', tartaruga-de-couro de dois metros encalha viva em Santa Catarina

Animal foi encontrado em Itapoá e, apesar do resgate, não resistiu aos ferimentos e morreu. Este é 1º caso da espécie encalhada viva em pelo menos 8 anos, segundo pesquisadores.

4 de agosto de 2022
4 min. de leitura
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Foto: PMP-BS Univille | Divulgação

Uma tartaruga-de-couro fêmea, em perigo de extinção, foi encontrada encalhada viva em uma praia de Itapoá, no Norte catarinense. Segundo o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), a situação é “rara”, já que os animais marinhos geralmente aparecem já mortos na costa.

O animal havia encalhado e estava ferido. O réptil foi resgatado e levado para o Paraná, onde haveria melhor infraestrutura para o tratamento. Porém, não resistiu aos ferimentos e morreu.

Este é o primeiro caso em que um indivíduo dessa espécie é encalhado vivo na costa catarinense desde que é feito o monitoramento pelo PMP, há cerca de oito anos. A veterinária Giulia Gaglianone Lemos, que atuou neste caso, explicou como essa tartaruga pode ajuda

Foto: PMP-BS Univille | Divulgação

r nos estudos para a preservação do animal.

 

“Quando [os animais] encalham mortos, eles aparecem na praia alguns dias após a morte, num estágio de decomposição avançado. Nem sempre se tem a possibilidade de ter todas as respostas. Essa em específico não, vamos conseguir ter um monte de respostas. Sabemos que é adulta, provavelmente em fase reprodutiva. De fato, é oportunidade valiosa de aprendizado e estudos para fazer políticas públicas de conservação”, explicou.

Em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), para onde a tartaruga foi levada, são feitos diversos exames que vão ajudar a entender a causa da morte, além de outras características do animal. No Norte de Santa Catarina, o PMP atua junto com a Universidade da Região de Joinville (Univille).

Encalhe

A tartaruga foi encontrada por um morador na Barra do Saí. Ele chamou o PMP, que foi até o local. Chegando à praia, os pesquisadores constataram que o animal estava vivo e encalhado na areia.

O indivíduo media 1,95 metro e pesava cerca de 250 quilos. Os pesquisadores encontraram a tartaruga magra, debilitada, com um ferimento no olho esquerdo, cicatrizes na cabeça e uma lesão na nadadeira posterior direita. Os machucados na cabeça sugerem que o animal possa ter interagido com artefatos de pesca e possivelmente afogado.

Porém, os pesquisadores precisam aguardar os resultados dos exames da necropsia para determinar a causa da morte. A cicatriz na nadadeira eles acreditam que tenha sido causada por uma mordida de tubarão antiga. “É uma fêmea adulta. [Cicatrizes] evidenciam que já tinha superado muita coisa na vida. É uma mocinha bastante forte”, disse a veterinária.

Os pesquisadores estimam que o indivíduo tenha pelo menos 20 anos, já que se trata de um adulto. Porém, os exames vão indicar com mais precisão a idade do animal.

Foto: PMP-BS Univille | Divulgação

Transporte

Para levar a tartaruga até o Paraná, foi necessária a ajuda de maquinário. O animal foi retirado da areia por uma retroescavadeira e colocado em um caminhão. Foram muitos cuidados para a tartaruga chegasse com vida ao estado vizinho.

Todo o deslocamento foi acompanhado por uma equipe de biólogos. “Durante o percurso, ela [tartaruga] foi mantida molhada com água salgada, com toalhas substituídas de tempos em tempos. Optamos por manter a cabeça coberta, para a luz não incomodar, já que é um animal que vive em grandes profundidades, além do monitoramento veterinário, com acompanhamento dos sinais vitais”, explicou Giulia.

Foto: PMP-BS Univille | Divulgação

A espécie

De nome científico Dermochelys coriacea, a tartaruga-de-couro é considerada em perigo de extinção, a classificação mais grave feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) entre as espécies ainda não extintas.

A veterinária explicou que a tartaruga-de-couro vive nas profundezas do oceano e só vai à costa para a desova. A espécie costuma botar os ovos no Espírito Santo, por isso raramente é vista nas praias catarinenses, já que, em Santa Catarina, ela habita o mar longe da costa.

Segundo o Projeto Tamar, a espécie pode chegar a pesar 500 quilos. O animal se alimenta de zooplâncton gelatinoso, como águas-vivas e outros invertebrados marinhos.

Orientações a banhistas Caso encontre um animal marinho machucado ou morto na praia na região Norte de Santa Catarina, o PMP pede que avise o projeto pelos telefones 0800-642-3341, (47) 3471-3816 ou (47) 99212-9218.

Fonte: G1

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