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Em ato de coragem, ativista entra em arena para confortar touro que agonizava

17 de agosto de 2015
3 min. de leitura
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Por Lilian Garrafa  (da Redação)
Em um ato de extraordinária coragem, uma ativista pelos direitos animais pulou para a arena de touradas Malagueta para confortar um touro que agonizava antes de morrer, em Málaga, Espanha, no dia 13 de agosto. Por alguns momentos, Virginia Ruiz, de 38 anos, colocou seu corpo sobre o touro e tentou protegê-lo antes de funcionários da arena a arrastarem violentamente para longe. “Eu podia ouvi-lo chorando de dor, então pulei para dentro, atravessei a arena até chegar no local onde ele já estava morrendo”, relatou a ativista. “Ele olhou para mim e acredito que sentiu a minha energia. Eu queria dar-lhe amor, antes que ele deixasse este mundo”, completou.

(Foto Eduardo Nieto)
(Foto Eduardo Nieto)

Enquanto Virginia era afastada do touro, a multidão de fãs de touradas vaiava e gritava “fuera!” (fora) em uníssono. “Eles me chamavam de vários nomes”, disse Ruiz, “me chutaram, cuspiram em mim, me disseram para voltar para a cozinha e me chamaram de prostituta.”
O touro foi morto a facadas.
Virginia Ruiz assistiu à tourada em um dia em que a entrada era gratuita – ela não comprou ingresso para ocupar um dos 9 mil lugares. Ela afirmou que sua intenção era apenas filmar a crueldade na arena, que nesse dia não teve todas as arquibancadas ocupadas, apesar do acesso gratuito.
(Foto: Eduardo Nieto)
(Foto: Eduardo Nieto)

Impulsivamente, quando ouviu o touro chorar, ela pulou para dentro da arena e caminhou em direção a ele. “Porque eu estava caminhando, e não correndo, eles [o público] não perceberam que eu era uma ativista até que eu chegasse muito perto do touro”, disse Ruiz. “O touro ainda estava vivo antes que eles fizessem o esfaqueamento final com a faca na parte de trás do pescoço. Ele estava chorando e tentou olhar para as pessoas”, disse ela.
 Assista ao vídeo da ativista Virginia Ruiz adentrando a arena:

Ruiz, que é uma ativista antitouradas desde 2008, disse que havia, no máximo, apenas 1500 pessoas nas arquibancadas. O lado da arena onde batia sol estava vazio e o lado sob a sombra estava com apenas três quartos ocupados, incluindo “muitas crianças presentes”.
“Queremos que a América saiba o que está acontecendo aqui. Hemingway estava errado sobre toda essa tradição bárbara. Sentimos vergonha. Isso não nos representa. Existem mais opções para a Espanha do que as touradas. Somos um povo maravilhoso. Somos vistos como um país do terceiro mundo”.
(Foto: Eduardo Nieto)
(Foto: Eduardo Nieto)

Depois que a ativista foi violentamente arrastada para fora e detida ilegalmente, ela foi autuada pela polícia local, que anotou seu endereço. Ela vai receber uma notificação por invasão e terá de pagar uma multa de até 6.000 euros (cerca de 23 mil reais).
O Parlamento Europeu subsidia o “esporte” sangrento das touradas com 600 milhões de euros (23 milhões de reais) por ano.
“Eu sinto que estava fazendo a coisa certa”, disse Ruiz. “Ele sabia que eu estava lutando por seus direitos.”

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