Os defensores dos direitos animais trabalham para garantir a sobrevivência dos orangotangos de Bornéu, na Indonésia. Os animais estão criticamente ameaçados de extinção, porém os pesquisadores descobriram que os números ainda estão diminuindo em um ritmo alarmante e metade da espécie morreu em menos de duas décadas.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista “Cell Biology“, que se baseou em dados coletados de 38 organizações de pesquisa, aproximadamente 150.000 morreram entre 1999 e 2015 em Bornéu, o que é quase a metade da população.
Atualmente, das 64 comunidades de orangotangos em Bornéu, apenas 38 são constituídas por mais de 100 indivíduos, o que é o número mínimo necessário para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. Entretanto, esses animais continuam a enfrentar uma série de ameaças. Entre elas, a caça para o consumo de carne, o sequestro de filhotes para o comércio de animais, a exploração madeireira, a mineração e os incêndios.
Muitos desses animais sofrem com a comercialização.
Veja o vídeo abaixo em inglês e sem legendas:
A destruição do habitat é um grande problema, pois agrava a fome para muitos desses animais. Isso aumentou o risco de conflitos violentos com os seres humanos quando esses animais se aproximam de nós em busca de alimentos. Nas últimas semanas, histórias dolorosas sobre assassinatos brutais fizeram manchetes internacionais. Os pesquisadores temem que esses assassinos sejam uma das principais causas do declínio da espécie.
“A diminuição da densidade populacional foi mais severa nas áreas que foram desmatadas ou transformadas para agricultura industrial, já que os orangotangos lutam para sobreviviver fora das áreas florestais”, afirmou a principal autora do estudo, Maria Voigt, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva na Alemanha.
Embora os assassinatos aconteçam em pequena escala, o impacto na perpetuação da espécie é muito grande. Os orangotangos crescem e se reproduzem lentamente, por esse motivo, a perda de um integrante no grupo pode ter graves consequências.
“Em termos de conservação, é fundamental que a mensagem do nosso documento seja retomada pelas autoridades de conservação da Indonésia e da Malásia e que sejam desenvolvidas as estratégias adequadas que realmente favoreçam a atual população desses animais”, afirmou Erik Meijaard, Professor Adjunto no Centro de Excelência para Decisões Ambientais e da Universidade de Queensland e diretor da Borneo Futures in Brunei, em tradução livre “O futuro de Bornéu em Brunei”.
Os pesquisadores preveem que outros 45.000 animais podem desaparecer nos próximos 35 anos devido apenas à perda de habitat e, enquanto organizações como o International Animal Rescue estão trabalhando para resgatar os animais necessitados e educar o público sobre a situação dos orangotangos, os pesquisadores acreditam que medidas mais rígidas precisam ser implementadas para proteger as florestas e encerrar os assassinatos.