Por Raquel Soldera (da Redação)
Em 1989, milhares de elefantes deixaram de ser explorados em plantações, após a proibição da poda de árvores na Tailândia. No entanto, as autoridades encontraram uma nova forma de exploração desses animais.
Agora, centenas de elefantes são obrigados a pintar telas em espetáculos para turistas em Lampang, no norte da Tailândia. Os elefantes, por não terem a criatividade e a capacidade de abstração dos primatas, precisam da “ajuda” dos mahout (cuidadores), que controlam suas trombas.
E a exploração dos animais não se limita à pintura. Segundo os organizadores, as apresentações dos elefantes costumam incluir composições coreográficas e jogos de futebol. Eles também são obrigados a formar uma orquestra, na qual tocam vários instrumentos de percussão, como tambores e xilofones.
Grupos de defesa dos animais garantem que os mamíferos são submetidos a torturas para que aprendam habilidades que não são próprias de sua natureza. Os responsáveis do centro tailandês, obviamente, negam que existam maus-tratos. “Eles são ensinados de uma forma natural, não são forçados a realizar nenhuma atividade, embora eu não possa dizer o mesmo de outros centros na Tailândia”, alegou Vicky, relações públicas do Instituto Nacional de Elefantes de Lampang.
Na Tailândia, há cerca de 2.500 elefantes selvagens e outros 2 mil domesticados. Eles chegam a pesar 3,5 toneladas e medir 3 metros de comprimento, com uma esperança de vida de até 80 anos.
O Centro de Conservação de Elefantes de Lampang tem cerca de 90 elefantes, dos quais 50 trabalham nos espetáculos para turistas, 12 recebem tratamento no hospital por acidentes em minas, intoxicação, problemas intestinais e infecções, e o restante desempenha “outras tarefas”.
Quando chegam à chamada “idade senil”, época em que os elefantes podem entrar em um estado que os torna “perigosos” para seus cuidadores e todos que se aproximam, os responsáveis pelo centro de conservação os “devolvem” à selva para que passem seus últimos anos em solidão.
O que os responsáveis pelo Centro de Conservação de Elefantes de Lampang não conseguem explicar é por que os elefantes não podem ser “devolvidos” à selva em vez de serem explorados em atividades de entretenimento para turistas.
Com informações de EFE