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Elefantes e outros animais são cada vez mais abusados em eventos lucrativos da Índia

16 de fevereiro de 2016
6 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Animal Recovery Mission
Foto: Animal Recovery Mission

Os turistas que consideram divertido andar sobre as costas de animais que são parte de atrações turísticas por todo o mundo normalmente ignoram os sofrimentos pelos quais esses animais passaram ou estão passando para lhe servirem de “entretenimento”. É o caso de elefantes e muitos outros animais que chegam aos mercados e destinos turísticos da Índia, e que levam vidas miseráveis. A Índia abriga dois grandes eventos que atraem turistas não só da Ásia como também do mundo todo.

Um dos mais famosos é o chamado “Sonepur Mela Festival”, que recebe esse nome por acontecer na cidade indiana de Sonepur. Esse festival envolve uma reunião de pessoas de toda a Ásia, que vai ao local para prestigiar o que se conhece como maior mercado e feira de animais do país. Nele, durante um período que dura de 15 a 30 dias, animais incluindo os selvagens são vendidos, trocados e negociados, muitos deles ilegalmente e a portas fechadas. A reunião promove um verdadeiro tráfico, ano após ano, desrespeitando aspectos legais e provisões da Lei de Proteção à Vida Selvagem de 1972, que proíbe a comercialização de diversas espécies animais. As informações são do The Dodo.

Colocados em fila para serem exibidos, bovinos, cavalos, camelos e elefantes são acorrentados ao chão por seus “tutores”, e presos em estacas com pontas afiadas que os machucam e restringem os seus movimentos. Eles são forçados a ficar de pé, em espaços pequenos nos quais mal podem se mover, em meio a sujeira e seus próprios excrementos, durante dias, até serem vendidos. Elefantes com doenças óbvias e aparentes não são tratados com nenhuma compaixão, nem recebem qualquer atenção ou cuidado – eles estão lá simplesmente para serem expostos e gerar lucro. Alguns vendedores enfeitam os elefantes com adereços pesados e desnecessários, causando-lhes ainda mais agonia física e mental.

Foto: Animal Recovery Mission
Foto: Animal Recovery Mission

Os cavalos nessa feira são soltos apenas para serem cavalgados em uma pequena ilha na qual os vendedores pretendem mostrar as habilidades dos animais, e então são rapidamente presos ao chão novamente. Milhares de bovinos e caprinos claramente esquálidos também são disponíveis para venda. Cabras são confinadas em estábulos extremamente pequenos, enquanto os bovinos são tão fracos que muitos deles, apesar de serem amarrados a barras e carrocerias, não conseguem nem mesmo ficar de pé. Outros animais comercializados na feira incluem todas as raças de cães, camelos, búfalos e aves. Os pássaros são mantidos em gaiolas tão pequenas que sequer conseguem se virar para o outro lado, e não recebem comida nem água.

Foto: Animal Recovery Mission
Foto: Animal Recovery Mission

A outra operação preocupante envolvendo animais na Índia é uma atração turística permanente que floresce como negócio lucrativo em Jaipur, na Índia. Viajantes e turistas visitam a cidade para fazerem passeios de elefante por diversão e transporte. Jaipur é a capital e maior cidade do estado indiano de Rajasthan, e recebe um vasto número de visitantes diariamente, devido à sua relativa proximidade de Nova Delhi e de outros locais populares da Índia. Elefantes usados para esses propósitos são frequentemente referidos como “elefantes trabalhadores”, e estão se tornando cada vez mais lucrativos para as empresas e pessoas que os exploram.

Elefantes cativos usados para passeios, entretenimento e transporte são forçados a trabalhar e são abusados por anos, vivendo basicamente como escravos em prisões. Fazer com que elefantes trabalhem recai em violação das leis de proteção animal da Índia, mas por causa da alta demanda por essa “atração”, mais e mais elefantes estão sendo levados cativos para serem explorados dessa forma. Esses animais são obrigados a carregar mais de 900 visitantes por dia, e frequentemente, mais de um por vez sobre as suas costas. A taxa de mortalidade entre esses elefantes capturados tem subido a níveis alarmantes, pois eles trabalham em demasia e são vítimas de vários tipos de maus tratos como choques, algemas, perfurações e espancamentos durante o preparo para as atrações e abusos. Os capturadores são vistos agindo com muita agressividade para com eles, e usando a força para conseguir submetê-los por meio de sua fraqueza. Durante o calor do verão, muitos elefantes sofrem de exaustão e desidratação, e ainda assim são forçados a trabalhar por todo o dia.

Quando os pobres animais não estão trabalhando, eles estão “esperando” o trabalho. Nessas horas, ou quando estão dormindo, eles são presos no chão por correntes, da mesma forma que os que são colocados à venda no festival de Sonepur Mela. Feridas nos pés, aleijamento, queimaduras, rachaduras nas unhas e outras sérias doenças são comuns entre esses elefantes. Machucados e abcessos são frequentemente vistos nas pernas desses animais, por causa das correntes e objetos pontiagudos usados para prendê-los, contê-los e intimidá-los. As correntes e objetos usados sobre os elefantes para que possam carregar as pessoas ou fardos pesados deixam hematomas e escoriações muitas vezes permanentes nos seus corpos.

Foto: Animal Recovery Mission
Foto: Animal Recovery Mission

Para assegurar que esses animais pareçam mais decorativos para os clientes, vendedores fazem furos em suas orelhas e presas para pendurar bijuterias e pesados objetos, mutilando os pobres animais, tudo em nome de mudar a sua aparência para agradar os algozes humanos, e sem permissão do departamento estadual de vida selvagem, violando a lei de 1972. Da mesma forma, é frequente se ver, entre esses elefantes usados para o trabalho, animais totalmente ou parcialmente cegos, e ainda assim forçados a levar pessoas e servir de atrações turísticas.

Além dos danos físicos óbvios notados nesses elefantes, eles também sucumbem a doenças mentais. Balançar constantemente o corpo e a cabeça são indicadores da frustração e da séria deterioração mental também sofridas por esses explorados e cativos animais.

A Animal Recovery Mission, uma organização sem fins lucrativos, tem feito investigações secretas na Índia para expor esses meios desumanos de abuso aos animais, tanto em Jaipur quanto em Sonepur. Para saber mais sobre o trabalho da ONG, visite o site, e também assine a petição que será endereçada ao governo para expressar a indignação perante as atrocidades cometidas em tais eventos. Não hesite em compartilhar o assunto e participar, pois ações precisam ser tomadas e vozes necessitam ser ouvidas de modo a ajudar esses sofredores animais.

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