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SENCIÊNCIA

Elefantes chamam uns aos outros pelo nome, revela estudo

16 de junho de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Um novo estudo revela que elefantes selvagens utilizam nomes individuais para se chamar, um comportamento único entre os animais não humanos. Enquanto golfinhos e papagaios imitam sons específicos de seus pares, os elefantes são os primeiros a criar nomes únicos sem imitação, sugerem os pesquisadores.

O estudo, publicado recentemente, foi conduzido por uma equipe internacional que utilizou algoritmos de inteligência artificial para analisar vocalizações de duas manadas de elefantes da savana africana no Quênia. “Nossa pesquisa mostra que os elefantes não só usam vocalizações específicas para cada indivíduo, mas também reconhecem e reagem a esses chamados, ignorando aqueles destinados a outros”, disse Michael Pardo, principal autor do estudo e ecologista comportamental da Universidade Estadual do Colorado.

A equipe analisou gravações de elefantes feitas entre 1986 e 2022 na reserva nacional de Samburu e no parque nacional de Amboseli. Com um algoritmo de aprendizado de máquina, foram identificados 469 chamados distintos, envolvendo 101 elefantes emitindo chamadas e 117 recebendo-as.

Os elefantes produzem uma ampla variedade de sons, desde trombetas altas até estrondos de baixa frequência inaudíveis para humanos. Os nomes individuais eram usados principalmente em chamadas de longa distância, especialmente de adultos para jovens elefantes. Os adultos eram mais propensos a usar nomes, sugerindo que o aprendizado desse comportamento pode levar anos.

A chamada mais comum identificada foi um som harmonicamente rico e de baixa frequência, conforme detalhado no estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution. Quando os pesquisadores reproduziram gravações de elefantes chamando pelo nome de um parente ou amigo, o animal respondia de forma positiva e energética, mas demonstrava menos entusiasmo ao ouvir nomes de outros elefantes.

Ao contrário de papagaios e golfinhos, que imitam sons específicos, os elefantes criam nomes arbitrários, uma habilidade compartilhada apenas com humanos. “A evidência de que os elefantes usam sons não imitativos para rotular os outros indica que eles possuem capacidade de pensamento abstrato”, disse George Wittemyer, autor sênior do estudo.

Os pesquisadores sugerem mais investigações sobre a origem evolutiva dessa habilidade, considerando que os ancestrais dos elefantes divergiram dos primatas e cetáceos há cerca de 90 milhões de anos. Frank Pope, CEO da Save the Elephants, destacou as semelhanças entre elefantes e humanos, como unidades familiares extensas e vidas sociais ricas sustentadas por cérebros altamente desenvolvidos. “O fato de os elefantes usarem nomes uns para os outros é provavelmente apenas o começo das revelações que estão por vir”, afirmou Pope.

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