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EXPLORADO COMO OBJETO

Elefante reage à agressão e derruba tratador durante festival religioso

6 de agosto de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Durante a procissão da última noite o festival anual Perahera, no Sri Lanka, o elefante macho Bhanu, de 18 anos, foi forçado a desfilar pelas ruas, coberto por vestimentas pesadas e submetido a condições adversas, que incluem calor intenso, restrição de movimento e controle forçado.

Bhanu desfilou com correntes amarradas às patas traseiras e foi escoltado por homens armados com varas pontiagudas, responsáveis por garantir que ele seguisse o trajeto.

O que poucos sabiam é que Bhanu está em musth, um período de alta carga hormonal e teria recebido medicamentos para suprimir esse processo biológico, a fim de permitir sua participação nas festividades. O procedimento, que interfere no equilíbrio hormonal do animal, agrava os impactos físicos e emocionais já impostos pela condição de cativeiro e pelo treinamento compulsório que elefantes passam para serem utilizados em rituais públicos.

O festival Perahera é amplamente frequentado por devotos budistas e turistas. No entanto, a manutenção da exploração de elefantes como símbolos cerimoniais contraria os próprios princípios do budismo, que prega a compaixão, a não violência e o respeito a todas as formas de vida. Não há fundamento doutrinário que legitime a imposição de sofrimento a animais em nome da fé.

A realidade dos elefantes abusados nesses eventos é marcada por práticas como captura na natureza, isolamento social, treinamento forçado, controle físico por meio de ferramentas de punição e privações alimentares e térmicas. Embora amplamente denunciadas por organizações de proteção animal, essas ações seguem ocorrendo com aval institucional e apoio popular em nome da preservação de tradições culturais.

Especialistas alertam que elefantes são seres altamente inteligentes, com complexidade emocional, memória avançada e necessidade de vínculos sociais. O confinamento, o transporte e a exposição forçada em ambientes hostis produzem traumas duradouros e comprometem seriamente sua saúde física e psíquica.

A situação de Bhanu mostra a urgência de revisão das práticas culturais que envolvem exploração de animais. Organizações de defesa animal pedem o fim imediato da participação de elefantes em cerimônias públicas e cobram medidas legislativas e educacionais que garantam a proteção desses animais. O debate não é apenas sobre tradição, mas sobre ética, empatia e direitos fundamentais de seres sencientes.

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