Por Patricia Tai (da Redação)
Uma elefante fêmea de 18 anos de idade chamada Lakshmi foi resgatada em Muland, na Índia, onde seu cruel tutor forçou-a a andar pelas ruas mendigando – uma prática proibida na região.
Vinte resgatadores do Departamento Florestal de Maharashtra contaram com a ajuda de um guindaste hidráulico para içar o animal até a carroceria de um caminhão. A obesidade, as dores articulares graves e a artrite aguda tornaram Lakshmi incapaz de se mover livremente. As informações são da Ecorazzi.
A elefante negligenciada foi imediatamente levada para o Centro de Resgate e Cuidado Intensivo de Mathura, em Uttar Pradesh, onde veterinários passaram a monitorá-la de perto.
“A operação de resgate teve que ser executada muito rápido, pois o Departamento Florestal está localizado próximo ao local onde o elefante vinha sendo escondido”, explicou o Dr. Yaduraj Khadpekar, veterinário que trabalha para a ONG Wildlife SOS.
“Há muitos obstáculos imprevistos para os quais podemos não estar preparados”, continuou ele. “Nós estivemos dedicados a salvar Lakshmi pois testemunhamos a morte de seu companheiro Bijlee, e não quisemos que ela tivesse o mesmo fim. Estou contente por termos sido capazes de resgatar Lakshmi com sucesso. Em toda a viagem de Mumbai a Mathura, tivemos o cuidado de assegurar que ela estivesse descansando, alimentada e segura, e que não ficasse estressada com a viagem”.
Geeta Seshamani, co-fundador da Wildlife SOS, acrescentou: “Lakshmi é um exemplo clássico de elefante cativo negligenciado e maltratado devido à ignorância ou ganância”. A ONG está trabalhando junto aos Governos estaduais e ao Governo Federal da Índia para elevar a conscientização da população e mudar a situação desses elefantes cativos.
Nota Da Redação: Os elefantes são amplamente explorados na Índia, como já relatado na ANDA em matérias sobre o abuso em circo, onde os elefantes são acorrentados e enjaulados, e expostos ao público como um mero divertimento, além da própria matéria sobre o abuso de animais como meio de transporte, prática comum na Índia, em que os animais são sobrecarregados com a carga que precisam levar com pouquíssimo tempo para descanso.
A demanda por marfim ainda é muito alta na Ásia, levando os caçadores a cortarem as presas de elefantes para vendê-las, o que também revela mais um aspecto da exploração dos elefantes, sendo esta face provavelmente a mais conhecida pelo ocidente. O marfim, utilizado como enfeite, é somente uma expressão do histórico humano em escravizar e abusar de qualquer outro animal ao alcance. O caso já relatado na ANDA, em que funcionários de uma reserva indiana eram coniventes com o assassinato dos elefantes por caçadores que, por mais de um ano, invadiam o local para envenenar a água que os animais bebiam, também é um exemplo trágico do mesmo descaso generalizado aos elefantes, maltratados, desrespeitados e explorados ao máximo.