Um elefante-marinho que descansava em uma praia entre Araranguá e Balneário Rincão, no Sul de Santa Catarina, foi importunado e perseguido por um grupo de pessoas. O mamífero, que estava sossegado na areia, voltou ao mar antecipadamente.
Equipes que faziam o monitoramento do animal denunciaram a situação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão informou que recebeu a denúncia, inclusive com vídeos, e está apurando.
O animal havia chegado à Praia de Barra Velha na madrugada de sexta-feira (15/08). A importunação ocorreu na madrugada de domingo (17/08).
O vídeo publicado em uma rede social mostra o momento em que o elefante-marinho é importunado com luzes de faróis de carro e barulho. As pessoas ficam em volta dele e gritam, além de correrem atrás dele. Com toda a movimentação, o elefante-marinho retorna ao mar.
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Segundo especialistas, o animal pode ter interrompido esse período de descanso devido à movimentação de pessoas ao redor dele. Antes, o animal já havia sido perturbado por um motociclista, que passou com a moto bem perto dele.
Isolamento
Desde que o elefante-marinho apareceu na praia, na sexta, ele é acompanhado por biólogos. O indivíduo é um macho e adulto, com mais de 3 metros de comprimento.
Assim que ele apareceu na areia, a área onde este estava foi isolada com fitas e foi colocada sinalização para informar que o mamífero não podia ser importunado.
O animal é considerado uma presença rara no litoral do Sul catarinense, já que, segundo especialistas, mamíferos dessa espécie não costumam parar no território de Santa Catarina para descansar, já que não é uma rota natural deles.
A bióloga Suelen Santos, responsável pela ONG Educamar, disse que o elefante-marinho tinha uma marcação na nadadeira.
“Já conversamos com outros especialistas fora do país e descobrimos que ele veio de muito longe, das Malvinas. Percorreu um longo trajeto. Era um animal que estava muito cansado e o que ele precisava realmente era descansar”.
As Ilhas Malvinas ficam próximas à costa Sul da Argentina, a cerca de 2 mil quilômetros da praia onde o elefante-marinho estava, em Araranguá.
“Através dessas imagens, a gente consegue perceber que o animal estava realmente cansado. Então, agora nós não temos como saber para onde ele foi”, lamentou a bióloga.
“A expectativa é de que ele tenha voltado para a sua origem, para sua colônia reprodutiva. Que não tenha aí uma infelicidade de vir a óbito por conta dessa ocorrência”, resumiu.
Registro da ocorrência
A própria pessoa que fez o vídeo publicou as imagens nas redes sociais e já foi identificada.
“Notificamos os órgãos de fiscalização, tanto federal, quanto estadual e municipal. Esperamos que seja punido, até para que sirva de exemplo para que isso não ocorra mais aqui na nossa região”, declarou Santos.
O que fazer se encontrar um animal marinho na praia
A bióloga orientou o que fazer se encontrar um animal marinho na praia:
- não mexa no animal
- não alimente o animal
- não tente colocar o animal à força no mar
- chame o projeto de monitoramento de praia da região. Entre Passo de Torres e Araranguá, é o Educamar, que pode ser acionado pelo Whatsapp: (48) 9984-5665.
Fonte: G1