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LUTO

Elefante Jamba morre após 27 anos aprisionado no Zoológico de Belo Horizonte (MG)

Ele, que chegou da Namíbia com 2 anos, vivia em espaço restrito com outro elefante e tratava uma inflamação na perna

27 de junho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

O elefante-africano Jamba, de 29 anos, morreu nesta quarta-feira (26/06) durante um procedimento médico no Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele estava sendo tratado por uma inflamação no membro anterior direito, que se agravou nas últimas semanas e comprometeu sua locomoção. Sua morte não foi um acidente isolado, mas o desfecho previsível de uma vida inteira aprisionado, longe dos vastos territórios que deveria percorrer.

Jamba veio do Parque Nacional de Etosha, na Namíbia, em 1998, quando tinha 2 anos de idade, e passou quase três décadas em cativeiro, longe de seu habitat natural, privado de comportamentos essenciais de sua espécie. Ele dividia um espaço limitado com a elefanta Axé, que agora vive sozinha.

Em 2021, Bere, mãe de Axé, também morreu sob os cuidados da mesma instituição, vítima de uma infecção generalizada. Essas mortes não são coincidências isoladas, mas consequências previsíveis de um sistema que trata animais como objetos de exibição.

A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) afirma que Jamba recebeu “cuidados intensivos”, mas nenhum tratamento veterinário pode compensar as condições antinaturais de um zoológico. Elefantes africanos, animais que percorrem longas distâncias em vida livre, são submetidos a espaços diminutos, pisos inadequados e solidão forçada. A inflamação que debilitou Jamba é frequentemente associada a problemas de locomoção causados pelo confinamento prolongado – um mal comum em elefantes aprisionados.

O corpo de Jamba será encaminhado ao Museu de História Natural da PUC Minas, onde uma necropsia será realizada para esclarecer a causa da morte.

Axé, agora a última elefanta no local, merece a transferência imediata para o santuário, onde poderia viver em semiliberdade, longe de grades e da exploração humana.

A morte de Jamba não é um caso isolado – é um sintoma da violência institucionalizada contra animais selvagens. Elefantes não são atrações turísticas e merecem mais do que uma existência reduzida a entretenimento humano.

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