Um passeio turístico em Delta do Okavango, Botsuana, no último sábado (27/09), se transformou em um alerta sobre os limites da observação de animais na natureza. Um elefante macho reagiu à presença invasiva de duas canoas (Mokoros) que se aproximaram significativamente de uma fêmea e seus dois filhotes, para defender sua família.
As imagens, que circulam internacionalmente, mostram o momento em que ele se desloca em direção aos barcos, utilizando sua tromba para virá-los, o que resultou na queda de quatro turistas britânicos e norte-americanos nas águas, que também são habitat de crocodilos e hipopótamos. Após garantir que a ameaça inicial fosse neutralizada, o elefante se afastou do local.
Especialistas locais foram enfáticos ao explicar a situação. “Este macho agiu porque estava protegendo seus filhotes. Parece que houve um erro de cálculo dos guias em relação à distância segura”, avaliou o ex-guarda florestal sul-africano Kakwele Sinyina.
Para entender a gravidade do caso, imagine que um grupo de estranhos adentre, sem permissão, o jardim da sua casa enquanto você protege seus filhos. A reação natural seria de defesa, afastando os invasores para garantir a segurança da sua família. Foi exatamente isso que o elefante macho fez, defendeu o espaço vital e a integridade de sua família contra o que ele percebeu como uma intrusão perigosa.
O incidente, que não resultou em feridos, aconteceu no Dia Mundial do Turismo, ironicamente uma data para reflexão sobre a prática responsável dessa atividade.
O Delta do Okavango, Patrimônio Mundial da UNESCO, é um santuário ecológico, não um parque de diversões. A biodiversidade da região deve ser respeitada, e o bem-estar dos animais que ali habitam deve ser colocado acima da curiosidade humana.