Um elefante pigmeu – espécie ameaçada de extinção – foi morto recentemente por moradores de um vilarejo no lado malaio da ilha de Bornéu, na Ásia. O motivo: ele teria destruído plantações que incluíam plantas de óleo de palma. A morte do animal raro foi o mais recente caso de conflito entre humanos e animais na Malásia, e mais uma vez destacou os resultados trágicos de conflitos causados pela indústria de óleo de palma, que perde cada vez mais o controle.
O elefante macho, com cerca de quatro anos de idade, foi encontrado deitado ao lado de uma estrada no estado de Sabah, perto de um assentamento remoto, e suas presas estavam completamente intactas, o que indicava que o animal não foi morto por caçadores furtivos tentando ganhar dinheiro vendendo o marfim no mercado negro.
“Ele foi morto por vingança por destruir colheitas”, disse o diretor do departamento de vida selvagem local, Augustine Tuuga em entrevista ao jornal britânico The Daily Mail. Ele relatou ainda que o assassinato foi “impiedoso” e as autoridades locais estão investigando quem foi o responsável.
A morte do animal é mais uma a ser acrescentado ao crescente número de casos de conflitos entre humanos e animais na região – que são criados quando assentamentos humanos ou agricultura se expandem para habitats naturais, causando sérios problemas para a vida selvagem. Nos últimos anos, os casos mais pungentes e graves de tais conflitos foram ligados à indústria do óleo de palma e a sua constante ampliação.
O óleo de palma se tornou o tipo mais popular de óleo usado em produtos alimentícios, cosméticos e muito mais. Para acomodar um número crescente de plantações de palmeiras, enormes áreas de florestas estão sendo destruídas. Seus moradores de direito, como orangotangos, rinocerontes e elefantes pigmeus, estão ficando sem o seu habitat natural e se vêem forçados a procurar alimento em outro lugar. É uma questão de sobrevivência.
Estima-se que as áreas das florestas que têm sido exterminadas a cada hora com essa finalidade é equivalente a 300 campos de futebol. Essa destruição tem sido tão intensa que recentemente um vídeo que rodou o globo e comoveu milhões de pessoas mostrava um orangotango tentando lutar contra um trator para proteger o pouco que ainda restava de seu lar.
Além disso, é de conhecimento público que os trabalhadores da indústria do óleo de palma matam animais que vagueiam em suas plantações sem pensar duas vezes. No caso dos animais serem jovens e indefesos, eles muitas vezes os vendem para o comércio de animais exóticos, para serem explorados como animais domésticos.
Segundo a organização WWF, a população de elefantes pigmeus de Bornéu atualmente é de aproximadamente 1.500 animais. A espécie é descrita como de natureza mais gentil que o restante dos elefantes asiáticos, e agora está enfrentando o perigo da extinção, principalmente devido à perda de habitat e conflito com os humanos. O número de elefantes pigmeus em estado selvagem é assustadoramente pequeno e a sobrevivência cada um deles é muito valioso para toda a espécie.
O óleo de palma pode ser encontrado na maioria dos lanches industrializados, bem como em outros itens alimentares populares. Mas muitos fabricantes de alimentos estão começando a oferecer produtos especificamente livres desse ingrediente, respondendo à crescente conscientização dos consumidores sobre o assunto.