Um estudo recente realizado por universidades na Finlândia, Reino Unido e Mianmar e publicado no Journal of Animal Ecology da British Ecological Society mostra a importância da fêmeas para a sobrevivência e prosperidade das manadas. Elefantes que têm irmãs mais velhas adquirem maiores habilidades de sobrevivência e se reproduzem mais rapidamente do aqueles que têm mais machos do que fêmeas na família. Um estudo similar também ponta que em grupos de baleias e de girafas as fêmeas exercem funções fundamentais que garantem a sobrevivência do coletivo.
Fêmeas que recebem cuidados de irmãs mais velhas se tornam mais fortes, confiantes e se tornam mães melhores. Os indivíduos que são criados pela mãe e irmãs também sobrevivem mais tempo e são mais inteligentes. “Nossa pesquisa confirma que os relacionamentos entre irmãos moldam a vida dos indivíduos, particularmente em espécies sociais, como os elefantes, onde os comportamentos cooperativos são essenciais para o desenvolvimento”, disse a Dra. Vérane Berger, autora principal do estudo e professora da Universidade de Turku, na Finlândia.
Para realizar a pesquisa, os cientistas observaram longamente populações de elefantes-asiáticos (Elephas maximus) e analisaram o comportamento, a massa corporal, a reprodução, o sexo e a sobrevivência, principalmente dos filhotes. Um relatório que contem informações sobre reprodução e longevidade aponta o nascimento de 2.344 filhotes entre 1945 e 2018. Elefantas criadas por irmãs mais velhas tiveram maior sobrevivência a longo prazo e se reproduziram pela primeira vez em média dois anos antes, em comparação com aquelas com machos mais velhos.
Os elefantes-asiáticos são os maiores animais terrestres da Ásia e estão ameaçados de extinção. Infelizmente, em diversos países asiáticos esses animais são escravizados, aprisionados e explorados para entreter e realizar passeios com turistas. Com a pandemia, muitos estão morrendo com a fome o abandono.