Por Vitor Marinho (da Redação)
A elefanta em dificuldades que provocou a mobilização de um grupo de defesa dos direitos animais – quando flagrada ao vivo na webcam de uma reserva de caça em Mpumalanga (África do Sul), na semana passada – teve garantido um alívio temporário.
“Ela está agora ficando com a manada e não será submetida a eutanásia, a menos que fique para trás”, disse esta manhã ao telefone Jurie Moolman, proprietário da Reserva de Caça Djuma (Djuma Private Game Reserve). Djuma é uma das mais de doze hospedarias e reservas que compõem os 65.000 hectares da Reserva Sabi Sand (Sabi Sand Reserve), que compartilha 50 km de fronteira sem cerca com o Parque Nacional Kruger (Kruger National Park).
Na segunda-feira, 28, o grupo Animal Rights Africa exigiu que os proprietários da reserva ajudassem o animal. Quando a elefanta foi encontrada por guardas florestais, quarta-feira (30) à noite, ela estava sofrendo com constipação. “Foi constatado que ela tem idade avançada – tão avançada que seus dentes são desgastados demais para mastigar a comida corretamente e, por isto mesmo, um bolo de comida não mastigada está bloqueando o seu tubo digestivo”, disse Moolman. “Ela está constipada, com dor e no fim de sua vida natural”.
O grupo de monitoramento, que inclui um veterinário do Kruger, considerou submetê-la a eutanásia, mas observações posteriores revelaram que a elefanta parece estar se recuperando e já consegue acompanhar a manada.
“Esta é uma boa lição sobre as razoes pelas quais não deveríamos interferir”, disse hoje Moolman. A Reserva Sabi Sand tem uma “política de não intervenção quando se trata de animais em perigo não causado por seres humanos”, mas, no caso desta elefanta, a sua comissão ecológica decidiu agir.
Moolman disse que a elefanta, que tem um filhote de três anos, teve a idade estimada entre 50 e 60 anos, uma idade avançada para um elefante. “Seu filhote não mama mais, de fato, ele come grama e bebe água. Ninguém quer submetê-la a uma eutanásia agora”, completou Moolman. Guardas florestais continuarão a monitorar a mãe.
Elefantes africanos, os maiores mamíferos terrestres do mundo, morrem mais frequentemente de fome que de velhice. Eles passam por cinco conjuntos de dentes em vida, mas uma vez que estes se forem – desgastados pelos cerca de 250 kg de casca de árvore, folhas e galhos que um elefante adulto mastiga ao longo do dia – já não serão capazes de comer.
Fonte: Times LIVE