Renata Schulz
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Estou totalmente indignada com a situação dos animais em Morro de São Paulo, município de Cairu, no nordeste da Bahia. Ninguém me contou, eu vi com os meus próprios olhos.
Minha madrinha me deu uma viagem para poder descansar dessa vida de luta permanente que é a vida de protetor e me deparei com cenas mais do que desumanas. Peço pelo amor de tudo que é sagrado nesse mundo, que enviem emails para os endereços abaixo, mas antes gostaria que vocês tomassem conhecimento do que aconteceu com essa pobre égua que acabei resgatando juntamente com os funcionários de um hotel e infelizmente virou uma linda estrela no céu. Coloquei o nome de Esperança. As fotos são chocantes, só nao consegui tirar foto dela depois que ela morreu, pois o meu coração está mais do que dilacerado, meu teclado está cheio de lágrimas. Divulguem, isso tem que acabar.
Dia 18.10.11 (terça-feira)
Estava andando na praia quando eu vi uma égua deitada na areia, literalmente pele e osso, com uma ferida enorme nas costas, cheia de bicheira. Comecei a chorar incontrolavelmente e havia algumas frutas e capim do lado dela. Comecei a acariciá-la chorando e dei comida, e ela não parava de comer. Os funcionários do Hotel Praia do Encanto, em frente do qual ela literalmente caiu, acionaram a polícia, que foi averiguar. Um dos policiais chamado Luciano foi muito atencioso e levou o caso para a prefeitura, onde não tomaram nenhum conhecimento e simplesmente ignoraram essa situação. O Pappito, que é presidente de uma ONG da cidade chamada Baiacu de Espinho, ligou para a prefeitura e nada! Conseguimos levantá-la e a levamos até o fundo deste hotel a ‘passo de tartaruga’, pois ela mal conseguia ficar em pé.
Imediatamente eu apliquei remédio para a bicheira e fui comprar ração (milho + farelo), e ela não parava de comer. À noite ela levou um coice de outra égua e a Esperança caiu.
Dia 19 (quarta-feira)
Levei frutas do hotel para ela comer, e o funcionário José foi pegar capim para ela comer. A levantamos novamente e ela passou o dia inteiro em pé, se alimentou muito bem, bebeu água, urinou e fez cocô, mas à noite ela caiu de novo, não sei como, acredito que ela não tenha conseguido ficar em pé a noite toda.
Dia 20 (quinta-feira)
Logo de manhã fui levar mais fruta e ela estava deitada ainda. Nenhum dos funcionários teve tempo para levantá-la, apesar de que precisávamos de no mínimo 6 homens. Quando eu voltei à tarde, ela não estava nada bem, estava em puro sofrimento, a respiração estava muito ofegante, ela gemia e a língua estava esbranquicada. Ela queria levantar-se, mas não conseguia e, quando se deitava, a cabeça batia fortemente no chão. Eu entrei em desespero total e fiquei segurando a cabeça dela várias vezes para não bater no chão. Essa cena está me matando de tristeza. Estou me culpando até hoje por não ter salvo a minha égua Esperança. Se eu tivesse insistido para a levantarem talvez ela não estaria morta. Mas ao mesmo tempo acho que a situação ja estava no fim mesmo, cavalo quando deita não tem muito a se fazer. Ela precisaria de um veterinário, soro e muitos cuidados. Depois de ficar segurando a cabeça dela varias vezes, coloquei pneus para ver se ela não caía. Corri para a recepção do hotel e pedi para ligar para a prefeitura e eu mesma relatei o caso e eles me disseram que ficaram sabendo desse caso só na noite anterior. Mentira! Disseram que mandariam fiscais no local e, quando eu voltei para avisar os funcionários de que a prefeitura iria lá, me disseram que a égua Esperança não resisitiu. Comecei a chorar muito, mas ao mesmo tempo senti um alívio por ter acabado o sofrimento dessa égua tao dócil e mansa. Nao quis vê-la morta, não consegui!
Fui até a prefeitura e falei com o coronel superintendente Amaral e, assim que eu comecei a relatar o caso pedindo uma satisfação, ele veio falando grosso para me intimidar. Percebi que nao ia adiantar bater de frente com ele e decidi baixar a guarda, deixei ele falar e depois eu mostrei as fotos, disse da minha pura indignação, falei que isso caracteriza maus-tratos e existe a lei 9.605/98 art. 32 e o tutor dessa égua precisa ser punido.
Descobri que a égua pertencia a um tal de Mané Chorão (mora na região do Zimbo) e que tem também um tal de Cabra Macho que usa os cavalos para os turistas fazerem passeio. Ele bate e maltrata os cavalos fazendo com que eles trabalhem mais do que podem.
O coronel me prometeu que esses dois indivíduos seriam chamados para prestar esclarecimento no dia seguinte. Mostrei as fotos a ele e disse que eu ia divulgar essas fotos e esse episódio revoltante na internet, facebook, orkut, etc. Ele pediu para eu nao fazer isso, mas, se depender de mim, vou divulgar em todos os meios e peço por favor que gritem em nome da égua Esperança.
Quando os fiscais da prefeitura foram ao local com o monstro Mane Chorão onde estava a égua depois que eu liguei, ela já estava morta e nem a enterraram, deixaram para que os urubus se alimentassem dela. Esse tal de Mane Chorão disse que a égua nao era dele. Mais uma vez, tudo acaba em pizza…
Fiquei sabendo que este ano um cavalo estava sendo judiado de tanto trabalho e acabou caindo e morreu enquanto estava sendo exigido pelo tutor.
Dia 21 (quinta-feira)
Voltei à prefeitura querendo saber se haviam falado com esse monstro e a Thais, secretaria do cel. Amaral, me disse que o caso havia sido resolvido. Eu falei: “que bela solução, não!”. A morte da égua Esperança, essa sim é a solução. Percebi que não podia bater de frente de novo e disse que é preciso mais fiscalização, pois só tem 2 fiscais.
Vi muitos cachorros e gatos nas ruas e perguntei se eram castrados, e claro que não. Existe um canil onde eles mantêm alguns cachorros, mas o veterinário vai 2 vezes por semana e não castram. No fim, a conversa se transformou em um pedido de ajuda deles a mim. Pediram para que eu mandasse as leis a eles e um formulário de multa para ser aplicado a todos aqueles que maltratam os cavalos.
Todos os dias eu via cavalos magros remexendo o lixo. Eu exigi mais fiscalização para o bem-estar dos cavalos. É um lugar muito precário, uma ilha onde não tem recurso algum. Vou mandar material a eles, mas gostaria muito que vocês enviassem emails para os endereços abaixo e divulguem a todo vapor.
Passei também na Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente e relatei o caso a Lena Wagner, assessora da secretária Petrusca. Falei com o Pappito da ONG Baiacu de Espinho e ele reforçou a necessidade de acabar com essa crueldade sem fim.
Fiquei sabendo que o coronel andou perguntando de mim na vila, ele ficou receoso e intimidado com a minha revolta e atitude. Quem quiser gritar comigo pela égua Esperança, junte-se a mim, isso não vai ficar assim.
Agradeço aos funcionários do Hotel Praia do Encanto, ao José e ao Carlos que se empenharam para salvá-la. Seria muito bom enviar emails para o Julio Cesar, secretario de turismo.
Se a Esperança tivesse ficado na praia, ela teria morrido afogada com a maré alta!
Abaixo estão os endereços para enviarem os emails mostrando a indignação com relação ao pouco caso com essa pobre inocente. Se quiserem enviar também sugestões para orientá-los, seria positivo.
Eu estou de luto.
Enviem emails para:
* Júlio César (secretário de Turismo): [email protected] / (75) 9928.1755
* Pappito (presidente da ONG): [email protected] / (75) 9142.3706
* Thais (secretária do coronel Amaral/prefeitura):
[email protected] / [email protected] / (75) 3652.1219 / (75)
9956.0253
* Lena Wagner (assessora da Petrusca, secretária de Desenvolvimento e
Meio Ambiente): [email protected] / (75) 9939.8393
* Petrusca (secretária de Meio Ambiente): [email protected] / (75) 3652.1064 / (75)
9972.7923 / (75) 9989.9821 (fabiana)
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