Em seu documento final, a COP-28 (28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que aconteceu em Dubai ao final de 2023, estabeleceu 2050 como ano-limite para que o mundo zere as emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEEs).
Isso significa acelerar a transição energética ainda nesta década e reduzir substancialmente o consumo dos combustíveis fósseis, principais responsáveis pela liberação de gases poluentes na atmosfera.
O objetivo final é limitar o aquecimento da atmosfera a, no máximo, 1,5 °C em comparação aos níveis pré-industriais – o que poderia evitar muitas das consequências que podem alterar a nossa vida e estão associadas às mudanças do clima.
Mas será que é realmente possível eliminar os combustíveis fósseis do nosso dia a dia? Conversamos com diferentes especialistas para entender o que as metas da COP-28 significam na prática e o papel do Brasil no que tange à transição energética.
O que são combustíveis fósseis?
Os combustíveis fósseis são aqueles formados através da decomposição da matéria orgânica, cuja queima é usada para a geração de energia – seja para transporte, para eletricidade, seja para aquecimento, entre outros fins.
Danosa, essa combustão é a principal responsável pelo aumento contínuo dos gases de efeito estufa na atmosfera, cuja presença descontrolada contribui para o aquecimento global. Este, por sua vez, gera efeitos climáticos adversos, que ameaçam significativamente os ecossistemas e a saúde humana.
Segundo o 73º relatório de Revisão Estatística da Energia Mundial, publicado pelo Energy Institute, a queima dos combustíveis é a maior fonte de emissões de GEEs relacionados ao uso de energia, correspondendo a 87% do total.
Além disso, o consumo global de petróleo, carvão e gás se intensificou: em 2023, registrou-se um aumento de 1,5% no número em relação ao ano anterior. Isso levou as emissões associadas à energia a atingirem um recorde e ultrapassarem os 40 bilhões de toneladas pela primeira vez na história.