Se não dá pra ver o meu coração, dá pra ler o que tem escrito nele. É por isso que eu falo dos animais, e não de política, de economia, de morte ou de problema do trânsito. Eu falo da baleia que nada tranquila, falo do ratinho que escapou da gaiola, da ave pequena que pede mais respeito e consideração, do bem-te-vi que foi se benzer com a minha avó bem no dia de Páscoa, do cão que se livrou da carrocinha e ganhou um novo lar, é por isso que eu falo da criança que pensa colorido e não entende o que vem pronto, triturado pra ela não precisar pensar. Eu falo também de um passado que tenho saudade. De gente que marcou a minha vida e que pra sempre eu vou guardar na lembrança e no coração, entre as linhas de poesia que tem lá. O que eu quero é escrever mais bonito e mais simples a cada dia. Porque é assim que eu quero sentir as coisas. E é assim que eu quero devolvê-las para o mundo. Para que os outros corações também possam ler e sorrir, e escrever suas histórias bonitas por aí.