As autoridades australianas realizaram uma denúncia contra um fazendeiro e duas empresas por 253 acusações de crueldade e a morte de dezenas de coalas durante uma operação de extermínio. A Polícia Florestal acredita que pelo menos 200 animais morreram no local.
O Regulador de Conservação do Estado de Victoria, registrou a morte de 21 coalas, que foram encontrados mortos em uma área de plantação de madeira em Cape Bridgewater, a cerca de 377 quilômetros da capital do estado, Melbourne. Cerca de 49 coalas foram mortos por conta da sua debilitação e fraturas provocadas pelo massacre, outros 95 animais estavam machucados.
As equipes ambientais devolveram 120 coalas para a natureza. O fazendeiro e duas empresas de terraplenagem estão sendo acusadas de causar “dor ou sofrimento irracional a dezenas de coalas”, aponta uma nota do Regulador de Conservação. “Eles também são acusados das mortes dos coalas, que são uma espécie silvestre protegida”, diz um trecho.
Mais de 126 acusações são movidas contra cada um dos indiciados, conforme a a Lei de Prevenção da Crueldade com os Animais de 1986 e a Lei da Vida Selvagem de 1975, incluindo 18 acusações de crueldade agravadas pelas mortes dos animais. A pena máxima para uma empresa condenada por crueldade animal agravada por morte é de US$ 78 mil (aproximadamente R$ 444 mil) e de US$ 32 mil (pouco mais de R$ 183 mil), além de reclusão, que pode chegar a 12 anos.
Só foi possível descobrir a barbaridade, porque a polícia recebeu uma denúncia feita por uma moradora de Cape Bridgewater, Helen Oakley. Ela descobriu os animais mortos durante uma caminhada noturna pela região. Um vídeo dela chorando em meio aos animais mortos e debilitados levou à investigação que resultou nas acusações.
Ao site australiano ABC News, Oakley disse que estava esperando há muito tempo o início de uma ação judicial contra os autores das mortes. “Estou em êxtase depois de esperar tanto tempo, não consigo tirar o sorriso do rosto”, disse ela. Oakley disse que recebeu ofensas e ameaças online desde que realizou a denúncia. “Recebi mensagens de pessoas me dizendo que devo desculpas a Cape Bridgewater e que deveria deixar a cidade. Penso nos coalas todos os dias”, disse ela. O caso será levado ao Tribunal de Portland em fevereiro.