Na semana passada, Camilla Rosemary Shand, a Duquesa da Cornualha, se envolveu em uma polêmica ao dizer que dietas sem laticínios são “ridículas”. Ao Daily Mail, ela declarou que a osteoporose matou sua mãe e sua avó. “Essas dietas são ridículas, cortar laticínios e todas as coisas que são boas para os ossos”, defendeu após o lançamento da Royal Osteoporosis Society, qualificando dietas sem laticínios como dietas da moda que apenas inspiram os jovens a arriscarem a própria saúde em busca de um corpo magro.
Embora seja louvável a preocupação da Duquesa da Cornualha com a saúde dos mais jovens, a sua concepção de uma dieta sem laticínios é equivocada. Um estudo publicado pelo British Medical Journal mostrou que pessoas que consumiram grandes quantidades de cálcio a partir do leite não tiveram redução em fraturas ósseas nem evitaram osteoporose. Na verdade, aqueles que consumiram altas quantidades de cálcio (mais de 1,1 mil miligramas por dia) apresentaram os maiores índices de fraturas de quadril e osteoporose, em comparação com quem consumiu bem menos cálcio.
Outra prova disso é o estudo “Three Daily Servings of Reduced-Fat Milk – An Evidence-Based Recommendation?”, publicado no jornal JAMA Pediatrics, pelos pesquisadores Walter Willett e David Ludwig, do Boston Children’s Hospital. Willett, que é médico e tem doutorado em saúde pública, é professor de nutrição e epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e chairman do Departamento de Nutrição da Universidade Harvard.
Basicamente o trabalho refuta a suposta necessidade do consumo de leite de vaca e aponta as consequências do excesso de laticínios. Além disso, há inúmeras opções de alimentos de origem vegetal com boas quantidades de cálcio. Alguns exemplos são tofu, brócolis, espinafre, aveia, açaí, feijão-branco, linhaça, chia, gergelim, grão-de-bico, amêndoas, agrião, salsa, etc.