EnglishEspañolPortuguês

NOVO PLANETA

Duas "superterras", uma potencialmente habitável, são descobertas

Conhecida como LP 890-9 ou TOI-4306, esta é a segunda estrela mais fria em torno da qual foram detectados planetas

12 de setembro de 2022
3 min. de leitura
A-
A+
Ouça esta matéria:
Nasa comemora descoberta histórica de exoplaneta número 5.000 (Foto: NASA/JPL-Caltech)

Uma equipe internacional de cientistas, liderada por Laetitia Delrez, astrofísica da Universidade de Liège (Bélgica), acaba de anunciar a descoberta de dois planetas do tipo ‘superterra’ orbitando uma pequena e fria estrela localizada a cerca de 100 anos-luz do nosso planeta. Conhecida como LP 890-9 ou TOI-4306, esta é a segunda estrela mais fria em torno da qual foram detectados planetas.

Publicado na revista Astronomy & Astrophysics, o estudo identifica, primeiramente, o planeta LP 890-9b (ou TOI-4306b), o mais interno do sistema. Registrado pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, em uma missão espacial dedicada à busca de exoplanetas orbitando estrelas próximas, este planeta mostrou ser cerca de 30% maior que a Terra e capaz de completar uma órbita em torno da estrela em apenas 2,7 dias.

Após a descoberta, os pesquisadores da ULiège usaram seus telescópios terrestres, os SPECULOOS (Search for habitable Planets EClipsing ULtra-cOOl Stars), para confirmar e caracterizar o planeta – e também sondar o sistema em profundidade, buscando outros planetas que poderiam ter sido “perdidos” pelo TESS. Uma checagem que se provou frutífera, pois não só ajudaram a confirmar a existência do primeiro planeta, mas também permitiram detectar um segundo, até então desconhecido.

Este segundo planeta, o LP 890-9c (renomeado SPECULOOS-2c pelos pesquisadores da ULiège), é semelhante em tamanho ao primeiro, cerca de 40% maior que a Terra, mas tem um período orbital mais longo, de 8,5 dias – o que o coloca na chamada ‘zona habitável’ ao redor de sua estrela.

“Embora este planeta orbite muito próximo de sua estrela, a uma distância cerca de 10 vezes menor que a de Mercúrio ao redor do nosso Sol, a quantidade de irradiação estelar que ele recebe ainda é baixa, e pode permitir a presença de água líquida na superfície do planeta, desde que tenha uma atmosfera suficiente”, explicou Francisco J. Pozuelos, pesquisador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia e um dos principais coautores do artigo. “Isso ocorre porque a estrela LP 890-9 é cerca de 6,5 vezes menor que o Sol e tem uma temperatura de superfície que é a metade da temperatura da nossa estrela”, conclui.

Comparação entre o sistema LP 890-9 e o Sistema Solar interno. O sistema LP 890-9 é muito mais compacto: seus dois planetas caberiam facilmente dentro da órbita de Mercúrio, o planeta mais interno do nosso Sistema Solar. (Foto: ADELINE DEWARD)

Os telescópios do consórcio SPECULOOS são otimizados para observar este tipo de estrela com alta precisão e tem o objetivo de procurar planetas terrestres potencialmente habitáveis que transitem pelas estrelas menores e mais frias da vizinhança solar. “Esta estratégia é motivada pelo fato de que tais planetas são particularmente adequados para estudos detalhados de suas atmosferas”, lembra Michaël Gillon, Associado de Pesquisa Sênior do FNRS, codiretor da unidade de pesquisa em Astrobiologia da ULiège e investigador principal do projeto SPECULOOS.

Neste sentido, a equipe agora se prepara para investigar a atmosfera destes novos planetas e aproveitar a descoberta do LP 890-9c para delimitar com melhor precisão as condições de habitabilidade em torno das estrelas mais pequenas e mais frias da nossa vizinhança solar.

Fonte: Revista Galileu

Você viu?

Ir para o topo