A Polícia Militar Ambiental (PMA) encontrou recentemente o corpo de duas onças-pardas (Puma concolor) em uma propriedade rural no município de Camapuã, a 141 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O caso aconteceu na Fazenda Ribança após uma denúncia anônima sobre caça no local.
A espécie, protegida por lei, tem a caça expressamente proibida no Brasil. Ainda assim, elas foram mortas e suas carcaças abandonadas na propriedade. A PMA foi acionada por telefone e, ao chegar ao local, abordou um homem que transitava em uma caminhonete. Durante a vistoria, os policiais localizaram os restos mortais dos felinos.
O homem de 37 anos, que se identificou como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), foi autuado como possível responsável pelo crime ambiental. Ele alegou ter permissão para o manejo de javalis em outra propriedade, como se isso legitimasse portar armas e circular em áreas de proteção ambiental.
A Polícia Civil apura se o crime tinha motivação comercial – como a venda de peles – ou se foi uma ação de caça amadora. O governo do estado afirmou, em nota, que o combate à caça tem sido prioridade, com reforço no policiamento ambiental em fazendas, rodovias e áreas turísticas.
O crime é mais um caso de caça predatória no Mato Grosso do Sul, estado que abriga importantes biomas, como o Pantanal e o Cerrado. A onça-parda, também conhecida como suçuarana, desempenha papel crucial no equilíbrio ecológico, e sua morte impacta todo o ecossistema.
Enquanto a caça for tratada pela sociedade e pela justiça como um delito menor, animais continuarão sendo mortos impunemente. É necessário uma fiscalização mais rigorosa e punições efetivas.
O caso não tem relação com o recente resgate de uma onça-pintada no Pantanal, que foi encaminhada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande. No entanto, os dois episódios evidenciam os riscos enfrentados pelos felinos silvestres no estado.
Punição e conscientização
A legislação ambiental prevê multas e detenção para crimes contra a fauna, mas campanhas educativas e maior engajamento das autoridades também são necessários.
Enquanto a investigação segue, os corpos das onças-pardas devem ser encaminhadas para perícia, e o caso será levado ao Ministério Público. A esperança agora é que a justiça seja rápida – e que a morte desses animais não caia no esquecimento.