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Duas espécies ameaçadas de extinção voltam da Espanha para o Brasil

26 de março de 2010
2 min. de leitura
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Duas aves da fauna brasileira, ambas extremamente ameaçadas de extinção – uma ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie encontrada hoje apenas em cativeiro, e uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), que tem só 900 indivíduos na natureza –, voltaram esta semana ao Brasil, vindas da Fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha.

A repatriação foi acompanhada de perto pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As duas aves, que desembarcaram segunda-feira no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, haviam sido enviadas para lá em 2006, por meio de um programa de cooperação entre os dois países para a conservação de espécies ameaçadas.

Os animais foram trazidos de volta pelo curador de aves da Fundação Loro Parque, Mathias Reinschmidt, autorizado a colocá-las em gaiolas na cabine do avião, para maior segurança de ambas.

Após serem recebidas no aeroporto pela chefe do Setor de Aves, a bióloga Fernanda Junqueira Vaz, e a coordenadora dos programas de cativeiro da ararinha-azul e arara-azul-de-lear, Yara Barros, diretora técnica do Foz Tropicana Parque das Aves, de Foz do Iguaçu, as araras foram levadas por uma equipe do Zoológico de São Paulo para o quarentenário do Zoo em Cananeia (SP). Lá, elas deverão ficar em quarentena por um período mínimo de 15 dias, durante os quais passarão por exames.

A ararinha-azul é uma fêmea de 3 anos de idade. Nasceu no Loro Parque e terá como destino o Zoo de São Paulo, onde será pareada (formará casal) com um macho. A arara-azul-de-lear tem também 3 anos de idade e é filhote de um casal enviado do Brasil para o Loro Parque em 2006. Eles nunca haviam reproduzido por aqui. Mesmo tendo nascido em um centro de reprodução no exterior, é propriedade do governo brasileiro.

Ugo Vercillo, coordenador-geral de Pesquisa do Instituto Chico Mendes, explica que essas araras são endêmicas da caatinga baiana. E duas situações contribuem para ameaçá-las sobremaneira: a captura para o comércio e a perda do habitat (diga-se, extremamente acentuada nos últimos anos).

O caso da ararinha-azul é pior: isso porque desde 2002 ela já é considerada oficialmente extinta na natureza. Sua única chance de recuperação é o manejo em cativeiro. E hoje, segundo Vercillo, o programa de reprodução conta com apenas 80 aves, distribuídas em centros no Brasil, Espanha, Qatar e Alemanha.

O objetivo é garantir o retorno da espécie à natureza por meio de reintroduções controladas. “Através da cooperação entre governos e mantenedores, é possível obter um crescimento genética e demograficamente sustentável das populações em cativeiro, que viabilizem a conservação dessas espécies”, disse Vercillo, ao destacar a importância do trabalho.

Fonte: EPTV

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