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O drama que ninguém enxerga!

15 de novembro de 2014
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

ÁGUA NO MUNDO:
No Norte de Pequim os poços já estão a dois quilômetros de profundidade (em São Paulo ainda a 100-200 metros se acha água) . Não tem uso definido de uma água fóssil, ela tem que ter algum tipo de recarga. É um estoque como petróleo. Usa e acaba. Só tem um lugar que não acaba, o oceano, mas é salgado.
40 BILHÕES DE ÁRVORES:
Nos últimos 40 anos foram destruídas 40 bilhões de árvores na floresta. Equivale a três Estados de São Paulo, duas Alemanhas ou dois Japões. São 184 milhões de campos de futebol, quase um campo por brasileiro. A velocidade do desmatamento na Amazônia, em 40 anos, é de um trator com uma lâmina de três metros se deslocando a 726 km/hora, uma espécie de trator do fim do mundo.
A FLORESTA É UM SEGURO:
A floresta é um seguro, um sistema de proteção, uma poupança. O que estamos sentindo agora são os efeitos da destruição de 500 anos da Mata Atlântica. Tínhamos a “costa quente” da Amazônia, sua sombra úmida nos protegia. Já não mais.
UMA ÁRVORE DÁ MIL LITROS DE ÁGUA POR DIA:
Uma árvore grande da Amazônia, com 10 metros de raio de copa, coloca mais de mil litros de água em um dia, pela transpiração. A bacia Amazônica toda tem 5,5 milhões de km2, saem desses gêiseres de madeira, 20 bilhões de toneladas de água diária. O Rio Amazonas, o maior rio da Terra, que joga 20% de toda água doce nos oceanos, despeja 17 bilhões de toneladas de água por dia. Esse fluxo de vapor que sai das árvores da floresta é ainda maior que o Amazonas. E isso faz chover nas cidades.
FLORESTA SEM FURACÃO E TORNADO:
Onde tem floresta não tem furacão nem tornado. Ela tem um papel de regularização do clima, atenua os excessos, não deixa que se organizem esses eventos destrutivos. É um seguro.
SEM FLORESTA A SOJA MORRE:
O clima não dá a mínima para a soja, para o clima importa a árvore. Soja tem raiz de pouca profundidade, não tem dossel, tem raiz curta, não é capaz de bombear água. Os sistemas agrícolas são extremamente dependentes da floresta. Se não chegar chuva ali, a plantação morre.
REPLANTAR FLORESTAS:
Frente à crise hídrica, São Paulo deve fazer um programa massivo de replantio de florestas. São Paulo tem que erradicar totalmente a tolerância com relação ao desmatamento. Tem que fazer um esforço de guerra no replantio de florestas. Não é replantar eucaliptos. Monocultura de eucalipto não tem este papel em relação ao ciclo hidrológico, tem que replantar florestas e acabar com o fogo.
Alguém escutou algo disto durante a recente campanha das eleições de outubro? Algum candidato falou disto? Nem os chamados ambientalistas falaram nada. A falta de água era problema da SABESP, e não é, o problema é muito mais complexo: SEM FLORESTA AMAZÔNICA NUNCA MAIS TEREMOS ÁGUA e os nossos netos vão viver no Deserto!
Para aqueles que desejam aprofundar neste tema, leiam a reportagem de Daniela Chiaretti, do Jornal Valor, de 31 de outubro de 2014, pág A5, com o Agrônomo Antonio Donato Nobre, do INPE, na publicação por ele compilada: “O Futuro Climático da Amazônia”. Nobre resume: “a mudança do clima já não é mais previsão científica, mas realidade. Estamos indo para o matadouro …”.

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