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Dono de "Freak Show" quer guarda de cadela de cinco patas

23 de julho de 2009
4 min. de leitura
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Foto por Jeff Siner/Charlotte Observer/MCT
Foto por Jeff Siner/Charlotte Observer/MCT

Por Renan Vicente de Andrade (da Redação)

Seria ótimo se pudéssemos noticiar que houve um final completamente feliz quando uma boa samaritana resgatou uma cachorrinha de cinco patas de uma “vida” em um “Freak Show” (Show de Aberrações). Mas o dono do “Freak Show”, John Strong, pretende entrar com uma ação judicial para reclamar a guarda do animal.

A cachorrinha que está no centro da disputa é uma pequena Chihuahua bege misturada com Terrier que tem menos de dois meses de idade. Nascida na pequena cidade de Gastonia no estado de Carolina do Norte, EUA, ela tem uma quinta pata, branca, com má-formação e rugosa. Calvin Owensby, tutor dos pais da cadelinha e quem a nomeou Precious (Preciosa, em português), disse aos repórteres que seu veterinário recomendou eutanasiá-la. Ele recusou.

Em vez disso, ele anunciou planos de amputar a quinta pata, em um esforço de facilitar a movimentação de Precious. Owensby, um eletricista desempregado, não conseguiu pagar sozinho a cirurgia, mas um doador anônimo se ofereceu para cobrir as despesas. As coisas pareciam melhorar para Precious quando um jornal local noticiou que Owensby havia mudado de ideia e decidido vendê-la a um “Freak Show” por três mil dólares.

Muitos amantes de animais que souberam da história ficaram revoltados; uma, Allyson Siegel, deu a Owensby uma contra-oferta de três mil dólares mais um adicional de mil dólares para reembolsar o depósito que Strong havia feito para pagar por Precious. Owensby concordou e Siegel pegou a cadelinha, cujo nome mudou para Lilly. “Quando criança, fui a uma feira e a todos esses shows marginais. Eu não achei que isso seria bom para ela.” Declarou Allyson a uma revista sobre sua decisão de pagar por Lilly.

Embora Siegel tenha dito que preferia cuidar de gatos a cães e que não estava certa de que iria criar Lilly, a cadelinha estava em boas mãos. Caso ela decidisse doá-la, seria para uma boa casa de adoção animal, ela declarou. Os planos de amputação da quinta pata de Lilly estavam bem encaminhados e a cirurgia seria feita na próxima semana. Mas Strong declarou que iria conseguir uma forma legal de impedir a cirurgia até que a tutela da cachorrinha fosse decidida.

“É como uma pessoa que te vende um carro e depois te conta que, na verdade, vai vendê-lo a outra pessoa. Eu era o dono original, não importa se é um bicho de cinco patas, uma casa ou um carro”, declarou Strong em uma entrevista.

Já Owensby expressou estar confuso com as ações de Strong e insistiu de que eles nunca haviam fechado um contrato formal e que o depósito que ele havia feito pela cadelinha já havia sido reembolsado. Siegel jurou lutar pela tutela de Lilly.

Strong é um veterano da indústria circense e até atuou como engolidor de espadas em 1992 no filme “Batman Returns”. Em uma entrevista a um portal na internet da indústria de shows marginais, em 2006, ele recordou a infância ao lado do avô, um malabarista, e de seu pai, que abriu o próprio circo. Strong já trabalhou como “domesticador” de leões e declarou desenvolver sozinho um grande interesse em animais deformados. Seu “Freak Show” apresenta “excentricidades” como animais engarrafados, mortos e entalhados. Também apresenta animais vivos. Ele declarou: “não há nada como ter um animal de duas cabeças vivo, funcional e atraente”.

Os comentários negativos que Strong leu sobre si na internet concernente ao caso de Lilly deu a ele uma maior vontade de brigar para ser “dono” da cadelinha de cinco patas, conforme ele declarou em entrevista. O dono do “Freak Show” insiste que os animais são tratados eticamente em seu “espetáculo”.

Nota da Redação: Não se pode tolerar que um homem que compara um objeto inanimado a uma vida tenha esta guarda. Allyson Siegel está disposta a garantir a defesa dos direitos de Lilly. Que prevaleça o bom senso e que a Justiça da Carolina do Norte mantenha a guarda com ela. Seria um grande retrocesso na luta pelo respeito aos direitos dos animais caso a guarda seja dada a Strong, cujo objetivo é explorar e lucrar sobre a deficiência da cadelinha. Ele deseja privá-la da chance de ter uma vida normal e livre com alguém que a ame e a respeite como ela é.

Fonte: Latimes Blog

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