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RIO DE JANEIRO

Dono de canil clandestino é preso por maus-tratos a animais em Teresópolis

Cadela da raça American Bully Pocket forçada a gerar grande ninhada quase morreu em residência

15 de novembro de 2024
Marcello Medeiros
3 min. de leitura
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Foto: Juliana Ludwig / O Diário

Equipe da Coordenadoria de Proteção e Bem Estar Animal (COPBEA) e agentes da 110ª Delegacia de Polícia confirmaram mais um caso de maus tratos a animais em Teresópolis. E, dessa vez, o crime também envolvia a manutenção de um canil clandestino com o objetivo de vender animais de raça por preço abaixo do mercado, para isso explorando uma cadela a gerar seguidas ninhadas.

Após um período de investigação, foi realizado o flagrante na manhã desta quinta-feira (14/11), em uma residência no bairro da Fazendinha. No imóvel indicado por denunciantes foi localizada uma cadela da raça American Bully Pocket, que nos últimos meses estaria sendo utilizada como “matriz” para a reprodução de filhotes. No endereço também havia cinco pequenos cães, um terço que, segundo apurado, sobreviveu da última ninhada do animal.

De acordo com a responsável pela COPBEA, setor de proteção animal ligado à secretaria municipal de Meio Ambiente, a cadela batizada como “Jade” estava exausta e por muito pouco não morreu, após complicada gestação.

“Recebemos uma denúncia de maus tratos e venda clandestina de animais e, junto com a PCERJ, com o Dr. Guilherme e a Inspetora Alessandra, chegamos até a residência indicada. Na residência, constatamos que ela havia tido uma ninhada em um local totalmente impróprio, correndo risco de morte, enquanto o homem vendia os filhotes em rede social. No caso dessa raça específica, é sempre recomendado que o parto seja realizado em um veterinário, mas ele não queria gastar nessa gestação que chegou a 15 animais. Mas quando ela chegou a um quadro de hipoglicemia, de quase coma, quase morrendo, ele a levou a uma clínica. Dos filhotes, só sobreviveram cinco e um deles estava morto dentro da mãe. Importante frisar que ele só levou ela ao consultório no último momento, quando não teve opção de fazer todos os partos em casa”, explica Josiane Domingues.

Ainda segundo as investigações, cada filhote dessa raça pode valer até R$ 5 mil e, em uma rede social, o homem vendia por R$ 1 mil.

Mudança de expressão

Imagem feita pelos policiais e equipe da COPBEA no local do flagrante mostra o semblante extremamente triste da cadelinha, que na 110ª Delegacia de Polícia, recebendo bastante carinho e vendo que seus bebês teriam um destino bem diferente do seu, era outro animal. Após o registro policial, Jade e os filhotes foram atendidos em uma clínica veterinária para posteriormente serem encaminhados para novos lares. “Esses animais ficarão acautelados sob responsabilidade do município e possíveis tutores irão cuidar deles como fiéis depositários. Eles ficarão nesses lares temporários até que a Justiça determine a adoção de forma definitiva”, explica Josi.

Cinco vezes menos

Guilherme Ferrite, Delegado Adjunto da 110ª Delegacia de Polícia, reforçou a importância da parceria da PCERJ com a COPBEA e falou sobre a prisão do morador do bairro da Fazendinha. “Esse trabalho tem sido muito importante para identificar e coibir casos de maus tratos a animais, trazendo justiça nessas situações. Esse homem será enquadrado no artigo 32, parágrafo 1-a da Lei de Crimes Ambientais, que corresponde a maus tratos a animais, tratando especificamente de cachorros, e pode pegar de dois a cinco anos de privação de liberdade. Ele foi preso em flagrante, em uma situação que se entende que é crime permanente, e foi trazido para a DP. Agora ele vai descer para Benfica, onde vai passar por audiência de custódia”, pontuou Ferrite.

Fonte: Diário

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