O dono do barco que passou por cima da cauda de uma baleia-franca com filhote em Florianópolis (SC) em julho foi multado em R$ 12,5 mil, informou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nesta quinta-feira (14/08), o Ibama e a Polícia Federal apreenderam e lacraram a embarcação modelo Fishing Raptor. O dono pode responder criminalmente por molestar intencionalmente o animal.
O crime aconteceu em 22 de julho, uma terça-feira, na Praia do Moçambique. O “atropelamento” foi registrado pelo drone do fotógrafo Eduardo Castro, que fazia imagens das baleias na ocasião.
Ver essa foto no Instagram
A equipe de fiscalização do instituto investigou o caso e constatou infrações à Portaria Ibama nº 117/1996 e ao decreto nº 6.514/2008, que resultaram nas multas. O uso da embarcação está suspenso até 15 de novembro, abrangendo toda a temporada reprodutiva de baleias.
O proprietário do barco também poderá responder pelo crime contido na Lei nº 7.643/1987, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão para quem molestar intencionalmente baleias em águas brasileiras.
Perseguição à baleia
No vídeo feito pelo fotógrafo, é possível ver a baleia nadando ao lado do filhote enquanto o barco se aproxima. Pouco depois, a embarcação passa exatamente sobre o ponto onde os animais estavam, e a cauda da baleia aparece logo abaixo do casco.
À NSC, o fotógrafo contou que denunciou o caso ao Ibama. “Estava registrando três mães com seus filhotes quando vi a embarcação se aproximando. Achei que o barco fosse atingir a baleia com força”, disse.
A baleia-franca, de nome científico Eubalaena australis, é uma espécie ameaçada de extinção, e o molestamento de mães e filhotes pode comprometer a sobrevivência e a recuperação da população, reforçou o Ibama.
A aproximação ou qualquer tipo de intervenção direta com baleias, golfinhos e botos, mesmo quando bem-intencionada, pode representar riscos à integridade dos animais e à segurança das pessoas.
A recomendação é que embarcações mantenham distância segura e observem as normas de convivência responsável com a fauna marinha.
Fonte: G1