A dona de casa Angelita Bederodi Silveira adotou quatro gambás que encontrou pela RS-702, perto de sua casa em Piratini, sul do Rio Grande do Sul. Ela chegou a confundir os animais, de orelhas brancas, com raposas. A confusão é facilmente explicada.
Segundo o professor Fernando Minello, do Núcleo de Recuperação da Fauna Silvestre da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), os gambás de orelha branca são popularmente chamados de raposas no Rio Grande do Sul. O costume fez Angelita pensar que cuidava de quatro raposas.
Ela achou os bichinhos por acaso. No início de janeiro, seguia a pé até a comunidade evangélica onde reza todos os finais de semana às 6h. Costuma ir de moto, porém resolveu ir andando. Ao lado do filho Rafael, 16 anos, avistou um animal atirado no asfalto da RS-702, estrada de acesso a Piratini.
“Achei que fosse um zurrilho atropelado, mas resolvi chegar perto. Quando vi, era uma raposa (gambá) morta. Para minha surpresa, havia seis filhotes vivos, agarrados no corpo da mãe” conta a dona de casa.
Os gambás tinham poucos dias. Um morreu e outro fugiu em seguida. Os dois machos e as duas fêmeas que ficaram ganharam leite em tampas de remédios. Colocados em uma gaiola, foram ganhando alimento e crescendo.
Os gambás ganharam a simpatia da moça a ponto de apareceram em fotos em seu perfil no Orkut.
“São o sucesso da minha página”, assegura Luciele, que diariamente dá bom dia e faz carinho nos filhotes.
Ela e Angelita já se preparam para a despedida. A convivência com os gambás tem prazo de validade. A dona de casa planeja soltá-los nos próximos meses. Vai deixar os animais no sítio da família, no interior de Piratini.
“O lugar deles é na natureza. Estou me preparando psicologicamente. Por isso nem coloquei nome nos filhotes. Não quero me apegar demais”, afirma Angelita.
Fonte: Zero Hora