Por Natalia Cesana (da Redação)
Duas pessoas foram multadas em US$ 930 na semana passada pela Corte de Colombo, no Sri Lanka, por transportar de forma precária um filhote de elefante.
O tratador e o motorista foram indiciados pelos crimes de transporte de animal sem a permissão prévia do Departamento de Conservação da Vida Selvagem (DWC) e sem a segurança adequada, segundo informações do jornal The Sunday Times.
O elefante estava com uma das patas acorrentadas a um suporte de madeira do caminhão, de forma que sua perna ficava suspensa.
Além disso, um dos faróis do caminhão não estava funcionando e o veículo não tinha condições de transportar um elefante, de acordo com testemunhas. Assim que percebeu, um ambientalista seguiu o caminhão e avisou à polícia.
O veículo foi parado em Pitakotte, também no Sri Lanka, e levado para a Delegacia de Polícia de Welikada.
O motorista não possuía habilitação nem permissão do DWC para transportar o animal. Entretanto, ele foi liberado depois que um advogado chamou a atenção para o cumprimento da lei. O caminhão foi parado novamente em Narahenpita e desta vez o filhote foi entregue a oficiais do DWC.
Mais tarde, o ‘tutor’ do elefante, Kolonnawe Sumangala Thera, foi até a sede do Departamento de Conservação da Vida Selvagem e apresentou o registro de certificação. Após averiguações, o elefante foi devolvido ao tutor, que responderá por transporte ilegal e sem condições adequadas. O ‘tutor’ elogiou os ativistas por estarem alertas ao bem-estar animal.
Pubudu Weeraratne, líder ativista dos direitos animais, ajudou a parar o veículo. Mas depois um grupo apareceu em um veículo do DWC ameaçando os ativistas que haviam tomado medidas para interromper o transporte do elefante. Ao denunciar para a polícia, ela interveio no sentido de fornecer segurança na travessia dos ambientalistas. Thera, o tutor do elefante, disse que tinha toda a documentação do filhote, contrariando a acusação feita por ambientalistas de que o animal foi ilegalmente capturado no mato.
Capturar filhotes de elefantes ilegalmente é uma prática comum e o DWC já investigou três casos.
No entanto, o ativista Sajeewa Chamikara, que também presenciou o ocorrido, disse que embora existam documentos, é muito duvidoso que o elefante tenha nascido de uma fêmea de cativeiro, como mencionado no documento, porque o período de gestação é muito longo e os ‘tutores’ não gostam de manter um elefante por todo esse tempo. Além disso, não há gravidez de elefante conhecida no Sri Lanka, dizem os ativistas. Sajeewa aponta também que as características da foto do elefante no registro são diferentes das do elefante real.
É sabido que o orfanato de Pinnawala é o único local em que a criação de elefantes foi extinta. Todos os outros filhotes têm registro suspeito e precisam ser investigados.
Sobre a verificação do registro do elefante, o diretor-geral do DWC disse que um secretário divisional confirmou o nascimento e que o filhote foi registrado em 2009.