Um palestino da Faixa de Gaza precisou transferir no domingo à Jordânia dois filhotes de leão ao não poder arcar com os custos de sua criação.
“Estamos muito tristes, os dois leões eram como filhos para nós”, declarou à AFP Saadi Jamal, sobre os dois animais de cinco meses, chamados Max e Mona, que foram entregues a uma reserva natural da Jordânia.
Este funcionário da Autoridade Palestina, que vive no campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, havia comprado os felinos após seu nascimento no zoológico desta cidade e eles viviam em sua casa junto aos seus seis filhos.
Para ganhar dinheiro havia planejado alugá-los a parques de diversões ou a restaurantes.
Mas, segundo ele, alimentar estas duas feras custava 29 euros (32 dólares) diários, uma quantidade enorme para um habitante deste enclave palestino sob bloqueio israelense, onde os preços aumentaram desde a última guerra com Israel no verão boreal de 2014.
Além disso, Saadi Jamal não conseguiu convencer o movimento islamita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, para que lhe concedesse um terreno onde seria construído um zoológico para os leões e para outros animais.
A associação britânica de defesa dos animais Four Paws, que facilitou a transferência dos felinos à Jordânia, havia indicado no mês passado que buscava uma solução à “situação extremamente inapropriada” na qual os leões cresciam, já que eles poderiam se converter em um perigo para as pessoas ao redor.
A unidade do ministério israelense da Defesa encarregada de administrar os assuntos civis nos territórios palestinos anunciou no domingo ter coordenado a transferência de Max e Mona à Jordânia, via Israel.
Em setembro, a Four Paws já havia facilitado a transferência à Jordânia de três leões a partir do zoológico de Al Bisan, no norte do enclave, danificado durante a guerra.
A ONG de animais indicou que os pais de Max e Mona haviam sido levados à Faixa de Gaza através dos muitos túneis clandestinos entre o território palestino e o Egito. A associação estima em quarenta exemplares o número de leões no enclave.
Fonte: EM