Alguns moradores da rua Verde, em Chaves, Portugal, assistiram, no início da tarde da última quarta-feira, à morte repentina de dois cães abandonados. Pelos sintomas apresentados (principalmente o fato de terem ficado com a línga azul) a suspeita é de envenenamento. A cadela ficou prostrada na via. “ Coitadinha, eu vi que estava aflita. Começou a bater com o focinho na parede e ficou ali”, contou uma moradora.
O outro cão, que também apresentava convulsões, acabou por morrer já no interior de uma casa abandonada na mesma rua. Por indisponibilidade do Núcleo de Proteção do Ambiente da GNR, que se encontrava em serviço em outro local, os animais acabaram por ser recolhidos pela divisão do Ambiente da Câmara Municipal.
Sónia Salgado, da Associação dos Amigos dos Animais de Chaves, não se conforma com a morte dos animais. “A cadela já tinha madrinha para custear a esterilização. O problema é que era difícil de capturar”, explicou, desolada. No entanto, agora, a maior preocupação da jovem é encontrar a ninhada que a cadela terá deixado. “Se não os encontrarmos vão morrer”, lembrou. Nesse mesmo dia, à noite, Sónia Salgado e outros voluntários da Associação tinham previsto procurar em um espaço abandonado próximo à Rua Verde.
Apesar das suspeitas de envenenamento de cães serem frequentes no local, chegar ao responsável pelo ato é difícil. “Quem pratica esse tipo de ato, o faz às escondidas e, por isso, o flagrante delito é difícil”, admitiu o responsável pelo Núcleo de Proteção do Ambiente da GNR de Chaves, Cristiano Fernandes, garantindo, no entanto, que a GNR está “sempre disponível” para ajudar a combater a prática. Outro obstáculo para provar o envenenamento é o custo da necropsia dos animais, feita em Vila Real, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Em média, o preço do exame ronda os 400 euros e tem de ser suportado pelo responsável.