Em média, dois animais silvestres morrem atropelados por dia em um trecho da BR-101 que corta a reserva biológica de Sooretama, na região Norte do Espírito Santo, segundo pesquisadores da reserva. De janeiro a maio deste ano, 256 animais morreram quando atravessavam a pista. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) garantiu que serão implantadas cercas, sinalização específica, lombadas e redutores de velocidade, para evitar a morte de animais no local.
O trecho da BR-101 que corta a reserva é de apenas cinco quilômetros, mas o número de acidentes envolvendo animais preocupa especialistas. O analista ambiental Marcel Redling conta que várias espécies já foram vítimas de atropelamento. “São comuns acidentes com espécies. Muitas vezes a gente dá pouca importância, como morcegos, serpentes, gambás, raposas, mas também temos acidentes com aqueles espécies ‘bonitinhas’. Há dez dias nós tivemos atropelamento de uma anta, já tivemos acidente com onça pintada, onça parda, jaguatirica…”.
O medo de analistas ambientais é que esse problema não tenha fim se não houver uma mudança no comportamento de motoristas. Isso, porque os animais, inevitavelmente, vão passar pela estrada. “É um processo absolutamente natural e necessário para que você tenha a reprodução das espécies de um lado e de outro, que essas espécies atravessem para procurar alimentos e para buscar abrigo”, explica Marcel.
O risco desses acidentes também se estende aos motoristas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) pede cautela a quem passa pelo trecho da reserva. “A dica principal é que se respeite a sinalização de velocidade. A velocidade em todo aquele trecho é de 60 quilômetros por hora. Então o motorista tem que ter cuidado para não causar um acidente com ele mesmo e até para desviar de um animal, acabar entrando para a contramão e causar um acidente muito mais grave” , alerta o inspetor da PRF, Ricardo Borgo.
A equipe da reserva disse que além das placas que sinalizam a travessia de animais na pista, outras dez estão prontas para serem instaladas no trecho. No entanto, a colocação delas depende da liberação da Eco 101, concessionária que administra a via. A Eco 101 informou que o projeto encaminhado pela reserva precisou passar por adequações e foi encaminhado para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Já a ANTT garantiu que serão implantadas cercas, sinalização específica, lombadas e redutores de velocidade, para evitar a morte de animais na pista.
Fonte: G1