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INCLUSÃO

Dogue Alemão viaja na cabine de avião e mostra que, com bom senso, a dignidade também embarca

A viagem tranquila de Charlie, acolhido com carinho por passageiros e comissários, desafia normas ultrapassadas e reforça que empatia e bom senso podem — e devem — guiar novas práticas no transporte de animais.

8 de maio de 2025
Redação ANDA
4 min. de leitura
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Charlie com sua tutora. Foto: Reprodução/Instagram

Enquanto companhias aéreas ainda tratam cães grandes como carga, a história de Charlie, um dogue alemão que viajou na cabine com sua tutora, a influencer Pietra Luccas, abriu espaço, novamente, para uma conversa necessária: por que tantos animais ainda são submetidos a condições desumanas durante voos?

Charlie poderia ter sido mais um entre tantos animais obrigados a encarar o compartimento de carga — um ambiente barulhento, instável e potencialmente traumático. Mas, neste voo, bom senso e empatia prevaleceram. Com o apoio da tripulação e a aceitação dos passageiros, Charlie, um lindo dog alemão, permaneceu ao lado de Pietra, como deveria ser.

No vídeo divulgado nas redes, Pietra aparece nervosa conversando com um comissário, que a acalma dizendo que já havia avisado aos passageiros, e todos estavam de acordo. Charlie era bem-vindo. Em seguida, os funcionários da companhia cumprimentam o cão com carinho, e os passageiros reagem com tranquilidade e simpatia, como quem reconhece que aquele gesto deveria ser o padrão — não a exceção.


A maioria das companhias aéreas ainda proíbe animais de grande porte na cabine, forçando-os a viajar como “bagagem”, um termo que, por si só, já revela o distanciamento da realidade emocional e física desses seres. Casos de traumas, ferimentos e até mortes durante o transporte em porões são mais comuns do que se divulga — e evitáveis.

A decisão da equipe de voo que acolheu Charlie mostrou que, quando há humanidade, há solução. E esse episódio reforça o que defensores dos direitos animais vêm dizendo há anos: tratar seres sencientes com dignidade é uma questão de ética, não de conveniência.

Nos Estados Unidos, algumas companhias já permitem que cães — inclusive de grande porte — viajem na cabine, especialmente quando são de apoio emocional ou treinados. No Brasil, a questão ainda sore resistência. Ainda se permite que empresas decidam o local de transporte com base apenas no tamanho do animal — perpetuando o modelo excludente.

A viagem serena de Charlie é mais do que uma boa história é um exemplo de que respeitar direitos deve guiar políticas públicas e corporativas. Garantir a segurança e o bem-estar de todos os passageiros, humanos ou não, é perfeitamente possível. Basta querer.

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