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SAÚDE ANIMAL

Doença que pode ser fatal, verme do coração volta a preocupar veterinários no litoral de SP

8 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Após anos de estagnação nos casos de cães acometido pela enfermidade, um aumento registrado neste ano surpreendeu os profissionais da medicina veterinária.

Foto: Pixabay | Ilustrativa

Médicos veterinários do litoral de São Paulo, em especial da Baixada Santista, têm se preocupado com o aumento no número de cachorros diagnosticados com verme do coração, como é conhecida a Dirofilariose canina, uma doença silenciosa que pode ser fatal.

Contaminados através da picada do mosquito Aedes aegypti, os cães sofrem com a doença que, na maioria dos casos, têm seus sintomas expostos apenas quando a enfermidade chega a um nível grave.

Ao picar o cachorro, o mosquito infectado transmite o verme para a corrente sanguínea do animal, que percorre as veias do corpo até chegar ao coração, onde se aloja. Ao atingir a fase adulta, o verme se reproduz e lança filhotes na corrente sanguínea. É nessa fase da doença que alterações ocorrem nas artérias do coração, podendo causar insuficiência cardíaca com o passar do tempo.

O verão é a estação com maior número de insetos circulando pelo ar. No entanto, conforme alertado pela médica veterinária cardiologista Patrícia Costa Chamas, os mosquitos podem transmitir o verme do coração durante todo o ano. “Para o mosquito tanto faz a estação, ele está sempre aí e tem prevalecido o ano todo”, informou a veterinária ao jornal A Tribuna.

E embora a maior parte dos cães infectados não apresentem sintomas no estágio inicial da doença, os animais sintomáticos podem apresentar tosse, língua arroxeada, um maior volume abdominal, patas inchadas, desmaios e cansaço.

Estar atento a qualquer sinal anormal apresentado pelo animal e levá-lo rotineiramente ao veterinário é fundamental para prevenir a doença ou identificá-la antes que se torne grave. De acordo com a veterinária Nathalia Noronha, especialista em cardiologia, “acontece de ser uma doença que é descoberta durante exames rotineiros”.

Embora não exista vacina para a doença, é possível preveni-la através de medicações antiparasitárias via oral ou através de injeção. “Por regra, todo tutor que mora no litoral deve fazer alguma dessas prevenções em seus cachorros”, pontuou Nathalia. “Se o cachorro estiver com o medicamento em sua circulação sanguínea e um mosquito com o verme picá-lo, a larva morrerá antes de se desenvolver”, acrescentou.

Nos animais acometidos pela enfermidade, o tratamento pode ser realizado por meio de cirurgias – em casos extremos e com pouca chance de sobrevivência – ou através de medicamentos – em estágios mais brandos. A medicação, entretanto, deve ser ministrada por longos períodos – normalmente, por dois anos, mas pode chegar a mais de quatro. “Se os vermes são mortos diretamente e de uma só vez, os riscos de trombose são maiores e isso pode obstruir as artérias do animal”, explicou Patrícia ao jornal A Tribuna.

O verme do coração é uma doença estritamente canina e não atinge humanos, que no máximo desenvolvem nódulos pulmonares com vermes – condição clínica costumeiramente confundida com câncer.

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