Por Raquel Soldera (da Redação)
Em fevereiro, o Comitê de Médicos por uma Medicina Responsável (em inglês, PCRM – Physicians Committee for Responsible) apresentou uma petição ao Gabinete do Inspetor Geral para barrar o financiamento de um experimento realizados pela NASA, que expõe macacos à radiação nociva. Baseado na análise de um documento do governo, peritos do PCRM concluíram que as experiências realizadas com os macacos são inúteis e ilegais.
Um protocolo da pesquisa obtido pelo PCRM através do Freedom of Information Act (Ato de Liberdade de Informação) revela detalhes perturbadores de como os macacos são tratados nos experimentos, bem como a falta de validade científica e a falta de respeito aos princípios experimentais por parte dos pesquisadores.
“Este documento mostra que os experimentos de radiação de macacos feitos pela NASA são profundamente cruéis, além de não contribuírem para a ciência e serem um desperdício”, disse John J. Pippin, médico e conselheiro de pesquisa. “O inspetor geral deve cessar imediatamente essas experiências, para evitar o sofrimento dos animais e salvar os quase dois milhões de dólares dos contribuintes”, disse.
Os macacos utilizados nos experimentos serão retidos diariamente em uma cadeira de primatas, e esses seres altamente sociais serão alojados individualmente em gaiolas de aço. Os experimentos envolvem bombardeio nos macacos com radiação ionizante, obrigando-os a executar tarefas, e testando o prejuízo cognitivo na realização dessas tarefas. Muitos estudos mostram que o cativeiro e a retenção podem prejudicar a função cerebral em primatas, o que torna quase impossível avaliar os efeitos da radiação.
A NASA não utilizava macacos em pesquisas radiobiológicas desde 1990, quando pesquisadores do governo encerraram décadas de experimentos de radiação em macacos depois de concluírem que os dados obtidos nas pesquisas com macacos não serviam para a aplicação dos resultados nos seres humanos.
Muitos pesquisadores hoje usam alta tecnologia, métodos de estudar a exposição de seres humanos ao espaço e à radiação, incluindo bonecos humanos equipados com sensores para a simuação de vôos.
Com informações de PCRM