Este mês, o documentário “Cidadão Animal” está completando um ano. Em 2017, o alemão Oliver Kyr, acompanhado de uma câmera, da esposa e da filha de três anos, percorreu mais de 10 mil quilômetros para produzir o documentário “Citizen Animal – A Small Family’s Quest for Animal Rights” ou “Cidadão Animal – A Busca de uma Pequena Família pelos Direitos Animais”, lançado em abril de 2018.
O questionamento sobre a existência ou inexistência dos direitos animais em um sentido prático motivou a família a viajar pela Europa para entender melhor se algo tem mudado na relação humana com os animais.
Em 2015, os Kyr, que tinham uma vida comum em Berlim, venderam e doaram tudo que possuíam para adotar um estilo de vida alternativo – viajando e vivendo em uma van para camping. Oliver Kyr defende que são mudanças que consideram necessárias para ajudar ativamente a salvar o planeta:
“Em janeiro de 2017, estava extremamente frio na Alemanha. Como já tínhamos comprado nossa van, decidimos fazer o que muitas pessoas fazem durante essa temporada: fomos para o sul da Espanha, em férias de dois meses. Ao longo do caminho, passamos por uma aldeia onde cães e gatos receberam direitos de cidadãos.”
A experiência motivou Oliver Kyr a produzir um documentário sobre a importância dos direitos animais, não apenas de cães e gatos, mas também dos animais criados para consumo – como porcos, bois, vacas, frangos, galinhas, etc. A família visitou santuários de animais e instalações para reabilitação de porcos.
Das cidades e países em que conheceu a realidade dos animais, o documentarista cita a Suíça como um exemplo. “Há uma ampla conscientização pública sobre o fato de que os animais não são coisas, que têm sentimentos e emoções, que sentem dor. Esse tipo de consciência ainda não é predominante em outros lugares”, relata.
Para se aprofundar na questão dos direitos animais, Oliver Kyr entrevistou Paul Watson, fundador da Sea Shepherd; a famosa primatóloga e etóloga Jane Goodall; o advogado suíço e referência em direitos animais Antoine F. Goetschel; o presidente da PETA alemã, Edmund Haferbeck; e o filósofo moral Helmut Kaplan, além de ativistas, pessoas ligadas ao movimento vegano e chefs.
“Acho que o que inspira a maioria das pessoas que vive a filosofia vegana é o amor pelos animais. E a consciência de que não temos o direito de comê-los. A respeito disso, o movimento vegano desempenhou um papel importante no fortalecimento dos direitos animais”, avalia.