O documentário “Perception”, discute a vida e as emoções dos animais que serão reduzidos a alimentação de humanos. Com duração de pouco mais de 57 minutos, o filme tem a direção de Paaras Modi. As informações são do portal Vegazeta.
Filmado durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19, o filme também apresenta cientistas e ativistas, e como nossas percepções em relação aos outros animais mudam a forma como os tratamos.
O documentário conta com a participação dos neurocientistas David Edelman e Lori Marino, e de Ellie Laks, responsável por resgatar muitos animais nos EUA. Além disso, Ellie é a fundadora do santuário Gentle Barn e compartilha histórias que atraíram atenção do público internacional, como “Os Seis de Saint Louis”, onde bois escaparam de um matadouro em Saint Louis (MO) em 2017.
O filme aborda além da capacidade de sofrer e ter experiências emocionais, que muitos animais que irão ser reduzidos a alimentos conseguem reconhecer intervalos de tempo, utilizar memórias pessoais de eventos passados e exercer autocontrole, ou seja, tudo isso permite antecipar ações, destaca Lori Marino, especialista em comportamento e inteligência animal.
“Por exemplo, quando antecipam um evento negativo, neutro ou positivo, frangos e galinhas demonstram preocupação, desinteresse ou alívio. Ao aguardar um esguicho de uma pistola d’água (um evento negativo), mexem mais a cabeça e o corpo, um comportamento de estímulo correlacionado com a ansiedade”, explica.
Sentimento animal
Segundo Lori, esses animais desenvolvem capacidades de se relacionar com a memória por meio de um episódio, o que se torna mais evidente ainda quando vivem por mais tempo. “Estudos de autocontrole e autoconsciência sobre galináceos ajudam a fornecer uma sensação de quem são para si mesmos”, comenta.
Além disso, animais criados no contexto da pecuária, costumam “captar” a emoção uns dos outros e ainda experimentam uma variedade de emoções. O contágio emocional ocorre quando um indivíduo experimenta uma emoção ao testemunhar outro indivíduo experimentando a mesma emoção, como uma forma “de empatia” no meio animal.
Lori cita também que esses animais desenvolvem facilmente reações corporais como aceleração dos batimentos cardíacos. As emoções dos animais que são reduzidos a alimentação humana, é uma base de referência para tomar decisões sobre os tipos de ambiente que preferem, por exemplo, como aqueles com menos estresse.
Infelizmente ainda optamos por matar bilhões de animais por ano, e muitos antes de desenvolverem inúmeras de suas habilidades. Portanto, o documentário aborda questões que “apenas arranham a superfície” sobre quem são os animais tratados como produtos e não como indivíduos com habilidades individuais, como por exemplo, manter hábitos, ter preferências, comportamentos complexos ou relações sociais.